São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995 |
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Ford é contra taxa maior para importado
ARTHUR PEREIRA FILHO
A elevação da alíquota —de 20% para 35%— foi um dos pontos discutidos terça-feira, em Brasília, durante encontro entre as montadoras e a ministra Dorothéa Werneck (Indústria e Comércio), que serviu como preparação para a reunião da câmara setorial, dia 6. "O grande prejudicado com essa medida seria o consumidor", afirma Fonseca e Silva. Ele teme que não apenas os veículos importados fiquem mais caros. Para o presidente da Ford, os carros produzidos no país —que tiveram redução de preços nos últimos meses por causa da concorrência dos importados— também poderiam sofrer reajustes. Fonseca e Silva é a favor de um "regime" para o setor automobilístico que facilite a importação de componentes para as empresas exportadoras, semelhante ao que existe na Argentina. A importação de veículos faz parte da estratégia da Ford para aumentar sua participação de mercado este ano. A montadora quer trazer 70 mil Fiesta para competir no mercado dos carros pequenos. Esse objetivo pode ficar comprometido com a elevação do II. Sem entusiasmo Luiz Adelar Scheuer, presidente da Anfavea (associação dos fabricantes), diz que as montadoras não vão levar à câmara setorial a proposta de aumento da alíquota de importação. "Não vejo com muito entusiasmo a idéia de subir puramente a alíquota", diz Scheuer. "Essa proposta é do governo, que gostaria muito que fosse também a posição da indústria". Segundo Scheuer, as montadoras não podem assumir o compromisso de aumentar a produção e fazer novos investimentos apenas com a elevação da alíquota. Mercosul O aumento de 20% para 35% das alíquotas do II (Imposto de Importação) dos automóveis só poderá vigorar dois meses após ser decidido pelo governo. O governo tentará antecipar o prazo de dois meses através de negociações entre os presidentes dos quatro países do Mercosul —Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Esta é a única saída vislumbrada pelo Ministério da Fazenda para resolver o impasse. Nas conversas, comandadas pelo Itamaraty, o Brasil argumentará que é um caso de urgência. A principal preocupação da equipe econômica brasileira é conter as importações e, com isso, evitar novos déficits na balança comercial. O prazo de 60 dias para vigorar qualquer alteração no II dos automóveis é necessário porque eles não entraram na lista de exceções à TEC (Tarifa Externa Comum), praticada desde o último dia 1º. Texto Anterior: Peso volta a ganhar valor Próximo Texto: IPI de carro 'popular' deve subir Índice |
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