São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Peruanos perdem a 'guerra da informação'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ex-secretário-geral da ONU Javier Pérez de Cuéllar se ofereceu ontem para ser o porta-voz internacional da posição do Peru em relação ao conflito com o Equador.
O diplomata é candidato de oposição a Alberto Fujimori nas eleições presidenciais peruanas de abril. Ele se colocou à disposição do governo para transmitir à comunidade internacional que o Peru exige o cumprimento fiel do Protocolo do Rio, de 1942, que beneficia seu país na disputa.
Nossa prioridade deve ser a retirada total e incondicional das forças militares estrangeiras de nosso solo, sem a qual não poderá haver um cessar-fogo, afirmou.
Apesar de sustentar que todo o país está unido na defesa da dignidade nacional, de nossos interesses históricos e da integridade territorial da pátria, Pérez de Cuéllar questionou a atitude do governo Fujimori frente ao conflito.
Ele criticou a falta de qualquer informação oficial sobre a situação na fronteira. Desde quando há destacamentos equatorianos em território peruano? Desde quando o governo sabia? Por que eles não foram imediatamente desalojados?, perguntou.
A mesma crítica foi feita pela imprensa peruana, para quem o país está perdendo a guerra informativa para o Equador.
A falta de informação por parte das autoridades peruanas sobre o que está ocorrendo na fronteira com o Equador, quando esse país abriu suas portas à imprensa estrangeira, provocou um clima de desinformação que lamentavelmente está favorecendo o vizinho do norte, afirmou em editorial o jornal limenho El Comercio.
Diplomatas ouvidos em Lima afirmaram que a solução do conflito com os monos (macacos, expressão pejorativa pela qual muitos peruanos tratam os equatorianos) deverá influenciar as eleições presidenciais de abril.
A campanha está praticamente paralisada. Todos os candidatos declararam uma trégua política.

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