São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Peru faz novo ataque contra o Equador

FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A PATUCA E SANTIAGO (EQUADOR)

Peru faz novo ataque contra o Equador
Tropas peruanas iniciam ofensiva contra três destacamentos enquanto delegações negociavam paz no Rio
As Forças Armadas peruanas voltaram a atacar três destacamentos do Equador na fronteira entre os dois países, em meio à selva.
Os ataques aéreos peruanos ocorreram por volta das 12h50 (15h50 em Brasília) aos destacamentos de Coangos, Condor Mirador e Cueva de los Tayos.
Delegações diplomáticas dos dois países estavam reunidas no Rio no momento dos ataques.
Vinte e quatro horas antes, o Equador havia decretado cessar-fogo unilateral. O Peru não havia acatado a suspensão.
O presidente do Congresso equatoriano, Heinz Moeller, disse que o Peru condicionou a trégua a um recuo de 8 km de todas as tropas equatorianas posicionadas junto à fronteira, o que o Equador recusou. A France Presse não obteve confirmação ou desmentido dessa informação em Lima.
Os ataques peruanos a Coangos e Condor Mirador foram simultâneos, com o uso de helicópteros, aviões, morteiros e artilharia.
O Comando Bélico de Operações na Selva do Equador, sediado em Patuca (a 320 km de Quito e a 40 km da área de conflito), informou que caças e artilharia equatorianos reagiram aos ataques.
Em entrevista no Comando, o coronel José Gribalda disse que não havia notícias de baixas entre equatorianos. Já estávamos preparados para uma atitude traiçoeira dos peruanos, afirmou.
Era grande a movimentação de helicópteros e caças equatorianos durante toda a tarde em Patuca.
Os equatorianos mandaram novos reforços para a fronteira.
Na base de Santiago, a última dentro da selva antes dos postos de fronteira, eles cravaram lanças com pontas em várias áreas a fim de impedir pousos de pára-quedistas.

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