São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Istambul é um enorme bazar de pechinchas

SUSAN SPANO
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

A cidade de Istambul é um enorme e barulhento bazar, espalhado ao longo de uma das grandes confluências do mundo, onde se encontram o mar de Mármara, o Bósforo e o Corno de Ouro (baía de Istambul).
Sua história é tão convulsionada que rendeu ao idioma inglês o adjetivo "bizantino". A teia intrincada de ruas da cidade desafia até os guias mais competentes.
Minha viagem para lá teve as qualidades surrealistas de um sonho. Tudo começou com um oráculo, uma agente de viagens da ilha grega de Rodes, que me vendeu um bilhete de US$ 60 da balsa para a cidade de Marmaris, na costa da Turquia.
Durante a travessia de duas horas até Marmaris eu estava inquieta porque a costa turca parecia uma barricada de montanhas lunares, descendo em linha reta até o mar, e não tinha certeza de como faria para ir de lá até Istambul.
Já estava escuro quando cheguei e caminhei do porto para a estação de ônibus de Marmaris, na verdade apenas um estacionamento sujo onde pelo menos cinco ônibus disputavam passageiros.
Ao chegar a Istambul, fui até o hotel Ayasofya Paniyonlari. A cidade é famosa por seus hotéis baratos. De fato, eu estava esperando ser um dignitário visitante com meus recursos modestos.
Percorri o lado sul da península que se projeta entre o Corno de Ouro e o mar de Mármara, entrando na Cidade Antiga perto do local onde fica o palácio construído por Constantino o Grande, que fez de Istambul a capital do Império Romano por volta de 325 d.C.
O Ayasofya Pansiyonlari era tão charmoso e bem-situado quanto eu esperava. Meu quarto, nos fundos de uma casa cor-de-rosa, era bem mobiliado. Teto alto, cama de solteiro de cobre, tapete turco e um banheiro de ladrilhos brancos reluzente de tão limpo.
Ao sair naquela tarde descobri também um excelente lugar para passar a noite seguinte, o hotel Hippodrome, na rua Mimar Mehmetaga, a leste da Mesquita Azul.
O Hippodrome revelou-se o melhor lugar em que me hospedei em Istambul, embora tenha conseguido um preço melhor nas últimas duas noites de minha estadia, no hotel Uyan, na rua Utangac, que custou US$ 25 por noite, incluindo o café da manhã.
A maioria das refeições que fiz, em bufês parecidos com delicatessens cheias de iguarias turcas e em barracas de rua epicuristas, custou entre US$ 3 e US$ 4.
O melhor de tudo, a meu ver, foi a visita a Cagaloglu Hamami, na rua Yerebatan, uma antiga casa de banhos turca, de 300 anos, com instalações separadas para homens e mulheres. Lá, deliciei-me com um "banho assistido" por US$ 19, incluindo chá de maçã e gorjeta.
Uma mulher grandona levou-me a uma laje de mármore aquecido e depois me esfregou, ensaboou e enxaguou —deixando-me mais limpa do que jamais estive em minha vida.

LEIA MAIS
Sobre a Turquia nas págs. 6-9 a 6-12.

Tradução de Gladys Wiezel

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