São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995 |
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Boeing faz pouso forçado e fere 7 l
DANIELA FALCÃO; ROGERIO WASSERMANN; RODRIGO BERTOLOTTO
Avião que ia de Fortaleza para Buenos Aires aterrissa em SP por causa de pane no sistema hidráulico DANIELA FALCÃO e ROGERI0 WASSERMANN Um boeing 737-200 da Vasp, que ia de Fortaleza para Buenos Aires, fez um pouso de emergência ontem às 0h08 no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). A causa do acidente foi uma pane no sistema hidráulico, que impediu o acionamento dos flaps (freios que ficam sobre as asas) e a consequente parada da aeronave (leia texto abaixo). O DAC (Departamento de Aviação Civil) e a Vasp instauraram inquérito para investigar as causas do acidente, com prazo de 30 dias para conclusão. Seis passageiros e um tripulante ficaram feridos. Cinco tiveram ferimentos leves e foram medicados no próprio posto médico do aeroporto, sendo liberados em seguida. A médica argentina Viviane Elena Cardoso Triry, 38, teve fraturas expostas no pé e na perna direita. Ela foi operada na madrugada de ontem no Hospital Bom Clima, em Guarulhos. A Folha entrou em contato por telefone com Viviane mas ela se negou a dar mais informações —passando a ligação para a filha. A filha, que estava no mesmo vôo e não se identificou, disse não lembrar se havia proteção para a saída dos passageiros. Ela visitou a mãe no hospital Bom Clima, em Guarulhos, ontem à tarde. Segundo sua filha, Viviane teria sido empurrada por um homem para fora do avião durante o pânico dos passageiros. O comissário Ricardo Rizzo, que contundiu a clavícula esquerda, foi imobilizado e teve alta do hospital ainda ontem pela manhã. Segundo a Vasp, a maioria dos passageiros seguiu viagem para Buenos Aires em outros vôos da própria companhia. Os que preferiram permanecer em São Paulo foram acomodados em hotéis próximos a Cumbica. A tripulação, que mora no Rio, voltou para a cidade antes do meio-dia de ontem. Por causa do acidente, o aeroporto ficou interditado das 23h55 às 0h59, com suas duas pistas fechadas para pouso e decolagem. Segundo a Infraero, empresa que administra o aeroporto, a interdição das pistas não atrapalhou o funcionamento normal do aeroporto porque nesse horário o movimento é pequeno. A pista onde o avião pousou é a maior do aeroporto, com 3.700 m. Até as 19h de ontem, ela continuava interditada para a perícia e retirada do avião. O vôo 957 saiu de Fortaleza às 17h e deveria chegar em Buenos Aires às 0h55, após fazer escalas no Rio e em São Paulo. O piloto do avião, Fernando César Silveira, percebeu que o avião tinha problemas hidráulicos às 23h22, 21 minutos depois de ter decolado de Cumbica. O vôo estava lotado, com 118 passageiros adultos e duas crianças, além dos seis tripulantes (piloto, co-piloto e quatro comissários de bordo). Após entrar em contato com a torre de comando do aeroporto de Cumbica relatando o problema, Silveira decidiu retornar a Guarulhos e fazer pouso de emergência. Os passageiros foram avisados de que o avião tinha problemas e precisaria retornar a Cumbica. Durante o trajeto de volta, todas as luzes permaneceram apagadas. Segundo Eduardo de Godoy, 55, assessor da Vasp, mesmo com a pane hidráulica, o avião tinha condições para seguir até Buenos Aires e fazer o pouso forçado lá, já que panes desse tipo só causam problemas no pouso e decolagem. Texto Anterior: Alexandre Frota casa com modelo no Rio; Telesp reduz preço de transferência de celular; O NÚMERO; Novo presidente da OAB-SP toma posse; Greve 'fecha' entrada de banco em Curitiba Próximo Texto: Sistema hidráulico controla os freios Índice |
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