São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995 |
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Juros aumentam para conter consumo
RODNEY VERGILI
Os juros estão altos também porque há temor de liquidação de instituições em dificuldades. Houve maior resistência dos investidores na renovação dos CDBs e as taxas subiram. Os dados mostrando aumento no consumo em janeiro fizeram com que o mercado futuro reavaliasse a expectativa de juros (DI) para março de 2,98% no dia anterior para 3,00% ontem. Os juros dos CDBs subiram para 45,5% ao ano, contra uma taxa equivalente para 32 dias de 45,26% ao ano no dia anterior. Os dirigentes financeiros acreditam que o governo manterá os juros altos para conter o consumo. A previsão é de rentabilidade do over de 3,26% para este mês, contra uma inflação prevista de 1,0%. A elevação na prime rate faz com que os investidores internacionais pensem duas vezes antes de retirarem o dinheiro da renda fixa nos EUA para apostarem no mercado brasileiro. Para evitar uma fuga ainda mais acelerada da poupança financeira interna, o governo deverá manter as taxas altas no mercado doméstico. Os juros altos estão fazendo também com que os exportadores fechem rapidamente o câmbio para aplicarem no mercado financeiro. As exportações estão em ritmo acelerado desde o último dia 23, por causa do alongamento nos prazos dos Adiantamentos de Contratos de Câmbio. O mercado entende que o Banco Central está deixando as cotações do dólar comercial flutuarem entre R$ 0,84 e R$ 0,86. Ontem, porém, a cotação chegou a R$ 0,838 e o BC não atuou. O mercado acabou fechando a R$ 0,84 para venda. A Comissão de Valores Mobiliários autorizou a realização do leilão de venda de 17.300 debêntures da Telebrás na Bovespa no pregão do próximo dia 7. A Bolsa paulista está analisando os benefícios de implantar o sistema de "especialistas", trazendo representantes da New York Stock Exchange para discutir o assunto em fórum nos próximos dias 6 e 7. Os "especialistas" são profissionais credenciados pelas Bolsas para proporcionar liquidez (isto é, negócios) em determinados papéis. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões renderam, anteontem, em média, 0,128%. A taxa média do over foi de 5,35% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,36% ao mês. CDB e caderneta As cadernetas que vencem dia 3 rendem 2,7928%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 27% e 46% ao ano para 32 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 13% e 14,5% ao ano mais a variação da Taxa Referencial. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,42% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 75% e 160% ao ano. No exterior Prime rate: 9,00% ao ano. Libor: 6,69% ao ano. AÇÕES Bolsas São Paulo: baixa de 2,3%, fechando com 38.978 pontos e volume financeiro de R$ 207,3 milhões. Rio: baixa de 3,1%, fechando com 17.688 pontos e volume financeiro de R$ 27,982 milhões. Bolsas no exterior Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.303,30 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.604,30 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,838 (compra) e R$ 0,840 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado a R$ 0,841 (compra) e R$ 0,843 (venda). "Black": R$ 0,830 (compra) e R$ 0,840 (venda). "Black" cabo: R$ 0,840 (compra) e R$ 0,845 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: baixa de 0,30%, fechando a R$ 10,149 o grama na BM&F. No exterior Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5820 dólar. Em Frankfurt, a moeda norte-americana foi cotada a 1,5195 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 99,32 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 377,10. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 3,29% e para fevereiro a 3,00% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 39.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para fevereiro fechou a R$ 0,856 e para março a R$ 0,879. Texto Anterior: Juros sobem para conter consumo Próximo Texto: O VAIVÉM DAS COMMODITIES Índice |
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