São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Mortos em São Paulo chegam a 22

DA REPORTAGEM LOCAL

Foram registradas ontem mais quatro mortes e 4.000 desabrigados na Grande São Paulo devido às chuvas de segunda-feira. O número de mortes chega a 22.
A Prefeitura de Embu disse ontem ter informado incorretamente o número de mortes na cidade anteontem. Foram duas, em vez de três. Assim, 18 pessoas morreram na Grande São Paulo anteontem devido às chuvas, e não 19.
Rosa dos Santos, 49, e Íris da Silva, 5, morreram soterradas em Ermelino Matarazzo (zona leste) anteontem. Três pessoas já haviam morrido no desmoronamento.
Em Taboão da Serra, Manuel da Silva, 45, morreu afogado anteontem à noite. Um homem não identificado, que havia sido levado pela correnteza, foi considerado morto pela Defesa Civil.
O chefe de assessoria técnica de obras e serviço da Secretaria das Administrações Regionais, Manuel Romão de Gouveia, 36, afirmou ontem que a prefeitura não tem como prevenir os desabamentos e age apenas como "bombeiro", socorrendo desabrigados.
Segundo Gouveia, São Paulo tem entre 500 e 600 áreas sob risco de desabamento. Pelo menos 90 mil pessoas correm perigo. No Butantã há 51 áreas de risco, com 70 mil habitantes correndo perigo. Em Campo Limpo, há 40 áreas e 8.000 mil pessoas em risco.
As piores regiões estão concentradas em Campo Limpo, Santo Amaro, Capela do Socorro (zona sul), Butantã (oeste), Ermelino Matarazzo, São Mateus (leste), Pirituba e Freguesia do Ó (norte).
Gouveia disse que, em alguns casos, pequenas obras poderiam ter evitado os desabamentos.
A prefeitura faz hoje apenas a limpeza de ruas e bueiros e a verificação e interdição de áreas ameaçadas. "Estamos orientando as regionais para fazerem pequenas obras onde for possível. Mas o trabalho da prefeitura é tentar tirar as pessoas dessas áreas", disse.
O vereador Odilon Guedes (PT) disse que a prefeitura não está usando todo o recurso previsto no Orçamento para remover as famílias de áreas de risco. A Secretaria da Habitação nega (leia abaixo).
Segundo a meteorologia, a previsão é de chuvas ainda intensas hoje no Estado, especialmente na região centro-sul. O tempo deve melhorar entre sexta e sábado.
Com a redução da chuva, a cidade começou a voltar ao normal ontem. No terminal rodoviário do Tietê, o movimento foi normal.

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Sobre as chuvas na pág. 3

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