São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Saldo do câmbio passa a ser positivo

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As exportações estão em ritmo acelerado e já superaram as importações em US$ 366,4 milhões este mês até o dia 6, segundo dados do Banco Central. A venda de dólares por parte dos exportadores derruba as cotações nos últimos dias.
Os dados do BC indicam ainda que está havendo também uma reversão no saldo acumulado total (comercial e financeiro), que ficou positivo em US$ 155,0 milhões este mês até o último dia 6. No mês passado, esse saldo fechou negativo em US$ 1,43 bilhão.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Maurício Schulman, diz que os dados cambiais demonstram o acerto das medidas governamentais, como a eliminação do compulsório e o alongamento nos prazos dos Adiantamentos de Contratos de Câmbio.
Ontem, o Banco Central realizou leilão de BBCs e colocou a totalidade dos papéis emitidos com taxa de over de 4,71% ao mês, dentro da expectativa do mercado.
O índice da Bolsa paulista recuou 5,0% e o indicador Senn (Rio) caiu 4,8%. O mercado está pessimista. Falta dinheiro novo dos investidores estrangeiros.
A elevação da alíquota de importação de veículos de 20% para 32% foi interpretada pelo mercado como um retrocesso em termos de abertura da economia para o exterior. A divulgação de estudos da Receita Federal para criar a Arrecadação sobre Transações Financeiras (ATF) —substituindo o IPMF— também ajudou a aumentar o pessimismo dos operadores.
O volume de negócios continua reduzido: R$ 215,3 milhões. O leilão de 17,3 mil debêntures da Telebrás contribuiu com R$ 40,78 milhões para o volume total movimentado pela Bolsa paulista. A Telebrás inaugurou com o leilão uma nova modalidade de negociação de títulos de renda fixa em Bolsa.
Foram interrompidas ontem as negociações com as ações do Banco Bancesa. A Bolsa paulista pediu esclarecimentos sobre a assunção pelo grupo Águas de Lindoya do controle acionário do Bancesa.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,126%. A taxa média do over foi de 5,35% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,39% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 8 rendem 2,7542%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 28% e 47,4% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 14,5% e 15,5% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,36% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 58% e 108% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9,00% ao ano. Libor: 6,63% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 5,0%, fechando com 36.374 pontos e volume financeiro de R$ 215,3 milhões. Rio: queda de 4,8%, fechando com 16.387 pontos e volume financeiro de R$ 13,09 milhões.

Bolsas no exterior
Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.333,10 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.500,55 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,836 (compra) e R$ 0,837 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado a R$ 0,836 (compra) e R$ 0,838 (venda). "Black": R$ 0,827 (compra) e R$ 0,837 (venda). "Black" cabo: R$ 0,838 (compra) e R$ 0,842 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,820 (compra) e R$ 0,850 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 0,40%, fechando a R$ 10,08 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5580 dólar. Em Frankfurt, a moeda norte-americana foi cotada a 1,5358 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 99,20 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 375,30.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para fevereiro fechou em 3,31% e para março a 3,05% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 36.500 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para fevereiro fechou a R$ 0,850 e para março a R$ 0,867.

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