São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Lula cobra de presidente reação a ACM

DA SUCURSAL DO RIO E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, cobrou ontem do presidente Fernando Henrique Cardoso reação aos ataques frequentes do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Segundo ele, os ataques de ACM são um "jogo de cena" para conquistar cargos. "O ACM bate de um lado, o Marco Maciel, o Luís Eduardo Magalhães e o José Sarney alisam de outro, e os cargos vão escorregando para as mãos do PFL."
Se FHC continuar sem responder aos ataques de ACM, diz Lula, "corre o risco de cair no desgaste muito rápido".
Em entrevista antes de ato comemorativo dos 15 anos do PT na Câmara Municipal do Rio, Lula disse que vai endurecer a oposição, para evitar que ACM fature a defesa do mínimo de R$ 100.
Ele disse que o PT vai lutar pelo monopólio estatal do petróleo e das telecomunicações. Defendeu uma auditoria na Previdência Social para calcular o efeito do aumento do salário mínimo.
Lula recebeu ontem um telefonema da ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PT), afirmando que não vai integrar o programa Comunidade Solidária, para o qual teria sido convidada pelo governo.
Ele disse ter recomendado ontem à ex-deputada Irma Passoni (PT-SP) o desligamento do partido para integrar a equipe do ministro das Comunicações, Sérgio Motta.

PT no Senado
A nova bancada do PT no Senado vai à tribuna amanhã para criticar Antônio Carlos Magalhães. "Espero que ACM seja um senador que permaneça em plenário e aceite debates", disse o líder do PT, Eduardo Suplicy (SP).
Como primeiro orador da sessão de amanhã, a primeira da 50ª legislatura, Suplicy vai dizer que o presidente Fernando Henrique Cardoso "perdeu a dignidade do cargo porque está sendo totalmente envolvido por seus aliados", referindo-se às críticas de ACM.
Na "análise de conjuntura" que fará no seu discurso, Suplicy vai dizer que o presidente precisa "preservar a dignidade do seu cargo perante seus aliados".

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