São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Montadoras querem rever IPI sobre carros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As montadoras de automóveis querem forçar o governo a marcar reunião extraordinária da Câmara Setorial Automotiva para que a revisão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) seja novamente discutida com o setor.
O governo não respondeu a esta reivindicação. Mas a ministra Dorothéa Wernekc (Indústria, Comércio e Turismo) tem reunião marcada com fornecedores de autopeças na sexta-feira, em São Paulo. Segundo seus assessores, a revisão do IPI será discutida.
Na Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a avaliação é de que o governo não quer negociar formalmente a revisão do IPI com o setor. Por isso, pediram aos seus lobistas que reforcem os contatos com membros do governo.
Desde a semana passada, os lobistas circulam pelos ministérios da Fazenda e da Indústria, Comércio e Turismo.
Os lobistas retratam a divisão das montadoras. Enquanto GM, Volks e Ford são a favor do aumento do IPI para "populares" e da redução para os médios, a Fiat vai no sentido contrário.

Arrecadação
O governo deverá arrecadar mais US$ 572 milhões este ano, com o aumento de 20% para 32% do II (Imposto de Importação) sobre os carros e de 0,1% para 8% do IPI sobre os "populares".
A estimativa do crescimento da arrecadação, feita por técnicos da Receita Federal e da Secretaria de Política Econômica, é bem inferior aos US$ 2 bilhões anunciados pelo secretário-adjunto de Política Econômica, Gesner de Oliveira.
Ao calcular o aumento da arrecadação, os técnicos da Receita já consideraram a redução de IPI que o governo deverá conceder aos automóveis médios, de 25% para 15% —o que corresponde a uma redução de 9% no preço.
A queda da alíquota do IPI reduz a arrecadação em US$ 72 milhões ao ano. Sem ela, a arrecadação aumenta US$ 644 milhões.
O cálculo da Receita considera que a produção de "populares" em 1995 será de apenas 500 mil, contra 450 mil no ano passado, e a importação de automóveis de 300 mil, contra 180 mil em 1994.
A queda de 9% dos preços dos automóveis médios deverá ser imposta às montadoras, como condição para a diminuição do IPI.

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