São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Palestino é morto durante protesto

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um palestino foi morto e outros sete ficaram feridos ontem no primeiro aniversário, pelo calendário muçulmano, do massacre de Hebron, quando um judeu matou 29 árabes nesta cidade.
Os palestinos realizaram durante o dia várias manifestações na Cisjordânia, que acabaram degenerando em violência.
Em dois confrontos separados entre árabes e soldados judeus no acampamento de refugiados de Al-Fauar, ao sul de Hebron, um jovem palestino morreu e outros seis ficaram feridos.
Em Tulkarn, no norte da Cisjordânia, um jovem de 18 anos que atirava pedras na polícia israelense foi alvejado e ferido na perna.
As maiores cidades da Cisjordânia entraram ontem em greve geral em protesto contra o massacre.
Em Hebron, manifestantes palestinos levantaram barricadas com pneus. Houve uma manifestação de cerca de 300 palestinos na Tumba dos Patriarcas, o local do massacre, acompanhada de perto por soldados judeus.
O Exército israelense estava ontem em alerta, principalmente em Jerusalém e Tel Aviv, temendo novos atentados suicidas.
O colono Baruch Goldstein invadiu a mesquita al-Ibrahimi em 25 de fevereiro de 1994 e matou 29 palestinos que rezavam.
Ele foi espancado até a morte pelos sobreviventes.
A mesquita é construída sobre as tumbas de Abraão, Jacó e Isaac e é compartilhada por árabes e judeus, que fazem suas orações em salas separadas.
O número de mortos nesse dia era desconhecido até que as Nações Unidas e os hospitais palestinos determinaram que os palestinos mortos seriam mesmo 29.
O massacre elevou fortemente as tensões entre árabes e judeus na época e ameaçou seriamente o acordo de paz entre Israel e a Organização pela Libertação da Palestina (OLP).
Ao mesmo tempo que havia manifestações de palestinos, judeus radicais preparavam uma homenagem a Goldstein, que está prevista para acontecer amanhã.
"Haverá uma reunião em seu túmulo, onde cantaremos, rezaremos e homenagearemos Goldstein -que sua alma seja louvada", disse Aharon Friedberg, vereador de Kiryat Arba.
Goldstein está enterrado em Kiryat Asba em um local chamado Rabbi Meir Kahane, o nome do fundador do Kach, um movimento radical judeu.
Seu túmulo é muito visitado por israelenses ultranacionalistas, contrários a qualquer acordo com os árabes.

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