São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Fantasia pode ficar até 20% mais cara

DA REPORTAGEM LOCAL

O Carnaval deste ano pode sair até 20% mais caro em relação ao de 1994 para o folião que não abre mão de uma fantasia nova.
Daud Samman, dono da loja que leva seu nome, diz que esse foi, em média, o aumento do preço das lantejoulas, plumas, chapéus, máscaras e fantasias.
Francisco Málaga Gimenez, diretor da Málaga Indústria de Lantejoulas, contesta a informação. "Nossos preços estão estabilizados desde a entrada do real."
Ele conta que apesar de matérias-primas como o PVC e os filmes plásticos terem subido entre 5% e 20% no período, essa alta não foi repassada para o preço de seus produtos.
Motivo: a fábrica, que para este Carnaval chegou a ocupar 100% da sua capacidade de produção —contra 60% em 1994—, compensou o aumento do preço da matéria-prima com ganhos de produtividade. Gimenez conta que a alta da matéria-prima ocorreu por causa do aquecimento do consumo depois do real.
"Até hoje a entrega das matérias-primas não está regularizada." Tanto é que a empresa teve de recusar 10% dos pedidos para o Carnaval deste ano por essa razão.
O quadro é semelhante para o confete e a serpentina. Desde setembro, o preço do papel reciclado, a principal matéria-prima, subiu 67% para a indústria.
A tonelada do produto que custava R$ 0,12, vale hoje R$ 0,20, diz Gilberto Rubens Pinto, da Alcici S/A. A sua empresa está produzindo para este Carnaval 40 mil volumes entre confetes e serpentinas, 10% mais do que em 1994.
Segundo ele, os preços do confete e da serpentina subiram 14,3% desde dezembro. "Não repassamos todos os aumentos, estamos ganhando em produtividade."
Daud, porém, afirma que pagava R$ 50 pelo pacote de 20 quilos de confete; hoje desembolsa R$ 80, isto é, 60% mais.
A falta de fio metálico importado da França fez com que a Fábrica de Tecidos Nella, de Americana (SP), paralisasse a produção de tecido metálico para este Carnaval.
"Produzimos 150 mil metros de tecido e vendemos tudo em dezembro. Poderíamos ter vendido o dobro", diz Alex Nabhan, que representa a empresa.

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