São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Nhenhenhém também ataca no futebol

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, o Romário finalmente deixou o seu nhenhenhém e fez três gols. Dois pênalti. Mas não importa, porque agora ele deixou de entrar na cama para entrar em campo.
Fica só faltando o Viola também deixar de lado o nehnhenhém e voltar a jogar bola. Ô Viola, meu fio, vamos lá!
E por falar em Corinthians, o santista Carlinhos Rennó descobriu uma letra inédita do torcedor do Bahia Gilberto Gil. Uma letra inédita sobre o alvinegro do Parque São Jorge, veja você.
"É gol Corintiá, é gol Corintimão", diz o refrão. O futebol é mesmo amigo da arte. É parte que o sol, ôôôps, o gol me ensinou. Uau! E uau, de novo.
E, alô, alô David Zingg, o seu Barretos Bull's deu de seis no último domingo. Com a camisa nova que o palmeirense Roberto Salim reclama tanto. Faltou chope na festa do Marylou Saloon.
E a dupla argentina Ba-Ba, que faz o maior sucesso na Itália, ein? O Batistuta, Batigol, e o Balbo. E do Ba-Ba para o Banban, para o chileno Zamorano que detona todas as defesas na Espanha.
Os descobertos se vingam, cinco séculos depois, das defesas dos descobridores. Quem joga no ataque é o admirável novo mundo. Quem joga na retranca é o antigo aventureiro, o colonizador. Ora, bolas.
E a teenbolada dos miguelitos argentinos está embalada. Deu de quatro na Bulgária e encanta os portenhos. A teenbolada do Brasil também promete. Não existe pecado do lado de baixo do Mercosul.
Responda depressinha: o Palmeiras, vai de leite B ou de leite A da Parmalat amanhã contra o invicto alvinegro da Vila Belmiro? E o império santista contra-ataca de ex-tricolores, Macedo e Jamelli.
E já começou o nhenhenhém da confusão de campeonatos: como dizia aquele bolero, ninguém é de ninguém, ou seja, o torcedor não sabe mais que campeonato ou que torneio deve acompanhar.
Voltamos àquela fissura de ter jogo todo os dias. Peraí, o meu time joga pela Libertadores, pelo Paulista, pela Copa Brasil ou pela Comenbol? Ou por nenhuma das anteriores?
E começou o nhenhenhém dos expressinhos. Começou a circular o expressinho do futebol brasileiro. É um tal de expressinho para cá, de expressinho para lá.
E amanhã não vai ter clássico, vai ter festa no céu. É o São Paulo que se encontra com Santo André junto com todos os santos. Santíssima trindade. O jogo não é Ave Maria mas será cheio de graça.
E ninguemguemguém tambembembém entendeu o nhenhenhém do troca-troca dos estádios e das cidades. O Corinthians parece que é de São Paulo, certo?
Certo. O Guarani eu tenho a impressão que é de Campinas. E em que cidade os dois vão jogar? Em Limeira. Alguém aí poderia me explicar o que está havendo?
Então chega de nhenhenhém, meu bem, que a vida, com gol, é bacana.

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