São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995 |
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Colecionador denuncia falsificação de Pancetti
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Dono de uma das mais importantes coleções particulares do Brasil, Chateaubriand lembra que viu a reprodução de "uma falsificação grosseira" de um quadro de sua propriedade no catálogo da exposição feita em setembro pelo leiloeiro Ricardo Saba. Segundo Chateaubriand, a tela anunciada como "A Praia" por Saba é "um pastiche" de "A Praia da Gávea", pintado em 55, diante de Chateaubriand. "Estávamos na praia. Quando voltamos, meu carro tinha sido arrombado. Pancetti me deu o quadro como uma compensação. Agradeço aos ladrões", conta. O colecionador cedeu suas obras em regime de comodato ao MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio em 93. Atualmente, "Praia da Gávea" está no depósito do museu. "Esse quadro é uma raridade. Foi feito no fim da vida por Pancetti e é a única tela completa do Rio de Janeiro. Nessa falsificação grosseira acrescentaram barcos e personagens", afirma. O leiloeiro Ricardo Saba diz que esteve com a obra em consignação e chegou a anunciá-la em catálogo. Mas garante que retirou a tela do leilão quando foram levantadas dúvidas sobre sua autenticidade. Três marchands o aconselharam a não negociar o quadro e devolvê-lo. "Isso já aconteceu com todo mundo no mercado. Também erramos. Não somos deuses", diz Saba, que se negou a fornecer a identidade do proprietário do Pancetti falso. Ele alegou que precisaria de autorização da Junta Comercial. Chateaubriand acha que existe uma rede de falsários com ramificações no exterior. "O mercado de arte é muito frágil no mundo inteiro. É preciso pegar os autores das fraudes e colocá-los na cadeia." Texto Anterior: Projeto Portinari produz CD-Rom Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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