São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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Chuva traz à tona descaso com manutenção

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas fazem com que muitos moradores se lembrem —às custas de goteiras, infiltrações e alagamentos— de que suas casas têm telhado, laje, calhas e condutores.
Esquecidas durante a época da seca, essas instalações precisam de manutenção periódica.
Entupimento de calhas e condutores (dutos por onde a água desce ao chão), defeitos na impermeabilização de lajes e problemas no telhado (como falta de telhas e telhas quebradas ou soltas) são as causas mais frequentes do pinga-pinga dentro de casa.
"Fazer manutenção preventiva pelo menos uma vez por ano evita boa parte dos problemas", diz Mateus Clemente Neto, 48, dono da Casa Clemente, empresa especializada em hidráulica, que atua há 50 anos no mercado.
Segundo ele, quando a casa tem árvores por perto, o ideal é que a limpeza das calhas seja feita a cada seis meses.
"Em locais de muita vegetação, 90% dos casos de entupimentos são causados por folhas."
Quando chove muito, o acúmulo de poeira e poluição forma uma espécie de pasta dentro de calhas e condutores, o que também atrapalha —e muito— o fluxo de escoamento da água.
Rafael Perrone, arquiteto e professor da USP (Universidade de São Paulo), diz que os vazamentos e infiltrações às vezes podem indicar problemas mais sérios.
"Falhas estruturais, como declividade do telhado inadequada ao tipo de telha, têm solução mais complicada e cara", afirma.
O imóvel pode ainda apresentar umidade lateral vinda de terrenos vizinhos. Perrone diz que, nesse caso, o problema está na impermeabilização dos alicerces, que também é difícil resolver.

Emergências
Nessa época do ano, entre dezembro e março, aumentam os pedidos de socorro às empresas de hidráulica e impermeabilização de lajes.
"Em uma semana, recebemos 80 chamados. Cerca de 60 deles eram motivados pelas fortes chuvas", diz Clemente Neto.
Segundo Ivo Barbosa, 50, gerente comercial da Higitec, especializada em desentupimentos, o número de solicitações de serviços chega a triplicar no verão.
"A média mensal gira em torno de 150 chamados. Com as situações de emergência provocadas por tanta água, podem pular para 450", diz Barbosa.

LEIA MAIS
Sobre danos causados pela chuva na pág. 10-2

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