São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995 |
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Complexo fica em região turística
FRANCISCO SANTOS
Para que o porto de Suape fosse construído, foi necessário o fechamento da foz natural do rio Ipojuca, que banha a região, e a abertura de um espaço para a passagem do rio na barreira de arrecifes (formações rochosas de corais) responsável pelas águas plácidas que atraíram para o local o projeto portuário. A mudança provocou desequilíbrio no movimento do mar, que começou a destruir uma praia localizada no lado norte da enseada, próxima ao cabo de Santo Agostinho. A praia está agora sendo refeita artificialmente. Ela fica na área de um grande projeto turístico do grupo Caesar Park. Como a barreira de arrecifes foi só parcialmente aberta para a passagem do rio, a foz do Ipojuca está acumulando matéria orgânica e perdendo profundidade, gerando o risco de inundações rio acima em períodos de enchentes. O projeto de ampliação das instalações de Suape, com investimentos de US$ 120 milhões, prevê a execução de uma nova abertura na barreira de arrecifes, bem maior que a feita para a passagem do rio. Esta obra, segundo Antônio Dourado, não é necessária para receber a refinaria, mas é essencial para que Suape se torne um verdadeiro complexo industrial e portuário. Dourado admite que sua execução enfrentará sérios questionamentos de setores ambientalistas. A própria construção da refinaria ainda não dispõe de um Rima (Relatório de Impacto Ambiental). Ele só será feito, segundo Dourado, se o local for efetivamente escolhido para abrigar a obra. Desde a sua concepção, em 1974, Suape já absorveu investimentos de US$ 152 milhões, sendo US$ 143 milhões de recursos estaduais. Com todo esse esforço, é difícil que questionamentos ambientais modifiquem a determinação de se construir ali um pólo de desenvolvimento industrial. Texto Anterior: Pernambuco alia CUT e PFL para ter refinaria Próximo Texto: Bens de consumo provocaram déficit Índice |
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