São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995
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Informação sobre doença aumentou, diz Gapa

DA REPORTAGEM LOCAL

A presidente do Gapa (Grupo de Apoio e Prevenção à Aids), Áurea Celeste Abade, 47, disse acreditar que, se a pesquisa da infectologista Verônica Hughes fosse feita hoje, os resultados seriam diferentes.
Ela acha que o uso das camisinhas distribuídas gratuitamente seria muito maior que no Carnaval de 92, estudado na pesquisa.
"A distribuição de camisinhas no Carnaval começou há sete anos. A cada ano a receptividade do público e a familiaridade com a camisinha aumenta", disse Áurea.
A presidente do Gapa disse que mesmo o resultado obtido pelo estudo é estimulante. "Se em 92 mais de 40% das pessoas que receberam preservativos usaram, já valeu o investimento", afirmou.
Ela disse que este ano o Gapa vai fazer um questionário com os sambistas logo após o Carnaval para saber como será o uso das 60 mil camisinhas que a entidade vai distribuir.
Para Áurea, seria melhor que houvesse uma campanha de distribuição durante o ano todo, mas como isso só é possível no Carnaval, ela deve ser mantida.
"O Carnaval é um período em que as pessoas se liberam mais, bebem mais e há mais intimidade e contatos sexuais", disse Áurea.
Segundo ela, o principal problema está no preço da camisinha. "As pessoas reclamam que está caro. Havendo a distribuição, elas usam o preservativo."
Nos últimos anos, o governo tem investido na distribuição de camisinhas no Carnaval. Em 94, foram distribuídos 4 milhões de preservativos.
Este ano, a distribuição foi suspensa pelos governos federal e estadual. O Ministério da Saúde diz não ter recebido um lote de camisinhas encomendado a fornecedores estrangeiros.
A Secretaria de Estado da Saúde afirma que vai priorizar a distribuição a grupos mais expostos ao risco de contágio. O motivo da decisão seria o alto custo e a consequente escassez de preservativos.

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