São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995
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O viajante

CIDA SANTOS

Responda esta questão: qual o time que mais tem viajado nesta Superliga de Vôlei? Se a resposta foi Econômico—Sparta, parabéns, você acertou. A equipe —que conta com Andréa, Letícia e a levantadora Maria Fernanda ranqueadas entre as melhores jogadoras do torneio— vive uma situação inusitada: precisa viajar até mesmo quando tem o mando do jogo.
O time treina no clube Paulistano, na cidade de São Paulo. Só que não pode jogar no seu ginásio. A causa é uma só: o Econômico não conseguiu vaga na Superliga porque a Confederação Brasileira permitiu apenas a inscrição de seis equipes paulistas. A solução foi então se associar ao clube Sparta, de Belo Horizonte, e disputar o torneio como se fosse uma equipe mineira.
Resultado: todas às vezes que a tabela aponta mando de jogo para o time do Paulistano, as jogadoras têm que colocar o pé na estrada. Na véspera, embarcam de avião para Belo Horizonte. No dia seguinte, logo depois da partida, seguem para a rodoviária e pegam um ônibus leito para São Paulo.
Com o dobro de viagens em relação às outras equipes, o desgaste do time também é dobrado. Vamos aos números: dos 16 jogos já disputados na Superliga, o time só não precisou viajar na rodada de ontem, quando enfrentou o Tensor no ginásio do Pinheiros, em São Paulo. Por isso, o técnico Lourival Feitosa, o Val, já decidiu: no Carnaval, suas atletas terão quatro dias de descanso.
O técnico questiona o critério de seleção das equipes paulistas para a disputa da Superliga. Afinal, o Econômico foi o quarto colocado no último Campeonato Estadual. Mesmo assim não foi incluído.
Na Superliga, as equipes têm vaga assegurada e só a perdem caso sejam rebaixadas. Para o Econômico jogar o próximo torneio por São Paulo, seria preciso que algum dos seis times do Estado ficasse em um dos dois últimos lugares. E isto não vai acontecer. A duas rodadas para o fim da primeira fase, já estão definidas as rebaixadas: Nova Era, de Santa Catarina, e Icatu, do Paraná.
Enquanto isso, as jogadoras vão vivendo situações curiosas. Exemplo: o time, que luta para ficar em sexto lugar nesta fase, tem grandes chances de pegar o L'Ácqua di Fiori nas quartas-de-final. Neste caso, o L'Áqua teria direito ao mando de dois jogos e o Econômico ao de um. Resultado: as três partidas do play-off acabariam sendo em Minas. Ou seja, em plena casa do adversário.

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