São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995
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OLP quer rever paz com Israel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina vai se reunir para reconsiderar o processo de paz com Israel.
A afirmação foi feita ontem pelo secretário do órgão, Jamal al Surani. Segundo ele, o comitê executivo (CE-OLP) reexaminará tudo o que ocorreu desde a Conferência de Madrid, (outubro de 1991), o início das negociações, até hoje.
Em Paris, fracassou a reunião entre o líder palestino Iasser Arafat e o chanceler israelense, Shimon Peres.
Ambos participaram, juntamente com o premiê francês, Edouard Balladur, e o chanceler egípcio, Amr Moussa, de uma conferência sobre a paz no Oriente Médio.
Uma série de atentados terroristas e atrasos na implementação do acordo assinado em setembro de 1993 provocaram o atual impasse entre israelenses e palestinos.
Os israelenses devem saber que, sem uma boa relação com os palestinos, sua segurança não estará assegurada, disse Surani.
A reunião do comitê, prevista para março, foi convocada no sábado pelo Conselho de Ministros da Autoridade Palestina, que administra Gaza e Jericó.
O comitê tem 18 membros e é presidido por Iasser Arafat. A última reunião do CE-OLP ocorreu em novembro, em Gaza.
Somente ontem, após três semanas de bloqueio, começou a ser liberada a entrada de palestinos da Cisjordânia e de Gaza para trabalhos temporários em Israel.
A proibição foi imposta após atentado suicida que deixou 21 mortos em Beit Lid (Israel), em 22 de janeiro.
Um palestino foi mortos por soldados israelenses na fronteira entre Gaza e Israel. Segundo noticiou a rádio estatal, ele tentava entrar ilegalmente no país e teria desobedecido ordens de parar.
Arafat negou ontem que pretenda abandonar a faixa de Gaza e voltar a morar em Túnis (Tunísia) por causa dos problemas no processo de paz.
A informação havia sido dada à rádio estatal de Israel por Muhamad Subeij, membro da OLP.

Armas
Durante a conferência de Paris, houve divergências sobre a questão da eliminação de armas de destruição em massa.
Shimon Peres voltou a afirmar que Israel só vai abandonar tais armas quando houver consolidação da paz com seus vizinhos árabes.
Ele foi pressionado pelo egípcio Moussa a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O Egito afirma que só adere ao TNPN após Israel fazê-lo.

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