São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mudanças não têm efeito antes de 1 ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Eleita como prioridade do governo Fernando Henrique Cardoso, a reforma da Constituição não terá qualquer efeito imediato sobre a economia.
Os resultados vão demorar pelo menos um ano para começar a aparecer.
A avaliação é feita por empresas que prestam consultoria a investidores estrangeiros, segmentos do governo e parte dos parlamentares encarregados de aprovar as reformas da Constituição.

Sonho
"É um sonho imaginar que o Brasil está fora de um mundo incerto ou vai mudá-lo só porque mudou a Constituição", alerta o deputado Delfim Netto (PPR-SP). Defensor da reforma, acha que os resultados podem demorar até três anos.
A geração de empregos prometida pelo governo como consequência da abertura da economia e atração de capital estrangeiro e da iniciativa privada dependerá da resposta dos investidores.
"Não é uma equação verificável previamente", insiste Delfim. Embora considere as reformas fundamentais, o deputado se diz preocupado com a possibilidade de a falta de resultados imediatos causar "desilusão".
Mais otimista, o líder do governo no Congresso, deputado Germano Rigotto (PMDB-RS), aposta que as reformas atrairão rapidamente investimentos para o país já no ano que vem.
Ele confia que as leis que vão regulamentar a abertura da economia serão votadas junto com as emendas.
Este é o ponto que preocupa os investidores estrangeiros, em busca de regras estáveis para entrar nos setores atualmente barrados ao capital externo.
Ao contrário do primeiro pacote de emendas, Rigotto disse que as reformas tributária e da Previdência só surtirão efeito a médio prazo. A mudança no sistema de impostos poderá entrar em vigor apenas em 1997, disse o líder.
"Tudo vai depender do que conseguirmos negociar", explicou Rigotto. Diante das dificuldades políticas, o governo poderá optar por uma fórmula gradual de simplificação do sistema tributário. Numa primeira etapa, seria reduzida a carga de impostos sobre exportações e investimentos.
A tentativa de votar logo essa primeira parte tem por objetivo criar um "clima" de mudança favorável ao governo e à credibilidade do Plano Real.

Texto Anterior: Ato contra governo reúne 50 no RS
Próximo Texto: Fracassa protesto da CUT
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.