São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995 |
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Bidu Sayão chega e diz ser 'beija-flor' da avenida
ROBERTO MACHADO
O enredo da Beija-Flor para o desfile deste ano, "Bidu Sayão, o canto de cristal", conta a história da soprano, que foi um grande sucesso da música clássica internacional nas décadas de 20, 30 e 40. A soprano mora nos EUA, na cidade de Camden, no Estado de Maine, e esteve pela última vez no Brasil em 1987. Desde 1922 Sayão vive no exterior. Amparada pelo carnavalesco Milton Cunha, pelo diretor da escola Anderson Muller e pelo cenógrafo e amigo Nílson Pena, a soprano chorou ao ser recebida pelos sambistas, ao som do samba-enredo da Beija-Flor. As primeiras palavras de Sayão foram: "Ai, meu coração, meu coração". A soprano afirmou estar "emocionada e lisonjeada pela homenagem". "Há muitos anos, fui cantar para o imperador japonês, que me disse: 'Você é o rouxinol do Brasil'. Hoje, eu sou a rainha do samba, a beija-flor do Rio". Ao receber um buquê de flores da componente da ala das baianas Maria Gomes de Souza, 60, Sayão lembrou do Carnaval do início do século. "No meu tempo de criança tudo era muito diferente, o Carnaval era feito na rua. Mas hoje o Carnaval é maravilhoso", disse. A maioria dos componentes da Beija-Flor só soube quem era Bidu Sayão depois que ela virou enredo. Mesmo um dos autores do samba-enredo, Bira, disse que só passou a conhecer a soprano depois de receber "uma apostila". Brasil em 1987. Desde 1922 Sayão mo carro da Beija-Flor, encerrando o desfile. Um coral com 150 cantores fará um contracanto lírico para o samba. O coro do Teatro Municipal fará parte do coral. Texto Anterior: Governo e escolas definem aumentos Próximo Texto: Cantora virou estrela da ópera na década de 20 Índice |
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