São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995 |
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Anheuser-Bush investe US$ 105 mi no país
NELSON BLECHER
A cifra corresponde à subscrição de 10% das ações de uma nova empresa a ser constituída, reunindo 23 cervejarias controladas pela Antarctica —que acaba de retomar a liderança no mercado nacional. Desse colar jorram 70% da produção e faturamento anuais. O restante provém das fábricas controladas pela holding (empresa-mãe) Companhia Antarctica Paulista. Após um ano de negociações, as duas cervejarias anunciaram ontem as bases de uma associação, que resulta em uma nova empresa com patrimônio superior a US$ 1 bilhão. O investimento inicial de US$ 105 milhões poderá vir a ser triplicado, uma vez que o acordo prevê a possibilidade de que a sócia norte-americana aumente sua participação em até 29,7% da nova companhia. A Budweiser produzida em unidades da Antarctica será lançada até junho próximo, com a meta de fortalecer as vendas na categoria "premium" (marcas mais caras), responsável por apenas 1,5% do mercado nacional. "Se a Budweiser elevar em 50% as vendas do segmento já será significativo", disse José Heitor Gracioso, membro do conselho de administração da Antarctica. Gracioso acrescentou que serão produzidas cerca de 6 milhões de latas, que disputarão as prateleiras com a Bavária (da própria Antarctica), Cerpa, Heineken, além de marcas importadas. "Por enquanto os volumes vendidos são pequenos, mas antecipamos que haverá um bom crescimento no futuro", afirmou Robert Gunthner, vice-presidente do braço internacional da Anheuser-Busch. "Confiamos na força da parceria em termos de produção e distribuição locais". Em comunicado distribuído durante a entrevista no hotel Caesar Park, em São Paulo, Jack Purnell, presidente da Anheuser-Busch International, afirma que a sociedade representa o primeiro passo para que a marca amplie sua participação no mercado de cervejas latino-americano. "Mas antes de olharmos para outros mercados queremos nos estabelecer firmemente no Brasil, responsável por mais de 50% dos volumes vendidos", disse Gunthner. Segundo Gracioso, as vendas de cerveja cresceram 20% em 1994 e o consumo per capita, de atuais 45 litros, poderá dobrar em uma década e alcançar o dos EUA. O acordo provisório ontem anunciado deve se converter em casamento entre 60 e 90 dias. A Anheuser-Busch, que faturou US$ 13,7 bilhões em 1994 e investe US$ 700 milhões anuais em publicidade —volume dez vezes superior ao do maior anunciante nacional— ainda não selecionou sua agência no país. Distribuída em 65 países, a Budweiser é a principal marca da cervejaria, que detém participação de 45% nos EUA e de 9% no mundo. O acordo firmado prevê que as duas companhias também poderão explorar oportunidades conjuntas em outros países. Em 1994, a Antarctica colheu US$ 15 milhões em exportações. Já a Anheuser-Busch responde por quase a metade das exportações de cerveja dos EUA. Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Kaiser 'conversa' com a Miller Índice |
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