São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Mexicano perde com inflação

DA REPORTAGEM LOCAL

A volta da inflação e a desvalorização cambial estão tirando o sossego da classe média mexicana.
O funcionário do governo do México, Pedro Sanchez, 35 anos, casado com Leonor Lopez, 30, e pai de dois filhos, se diz preocupado com o financiamento da casa própria e do carro novo.
A prestação, que era de 2.200 pesos mexicanos por mês, já saltou para 2.700 pesos mensais. "É o resultado da desvalorização cambial." Sua renda mensal equivale a US$ 2.500.
Na compra do carro, ele está renegociando o prazo de pagamento das prestações. A idéia é esticar as mensalidades, programadas inicialmente para terminar em 96.
"Os salários não estão acompanhando a alta dos demais bens", diz.
Para ele, o governo fez a população acreditar que a inflação estava controlada, mas agora há alta dos gastos, inclusive os básicos.
Ele também está cortando gastos cotidianos. Deixou de comprar revistas e reduziu o lazer.
A classe média, diz, também está mais preocupada com o futuro do país. "O câmbio foi muito radical. No ano passado, a economia estava em bonança. Agora, estão todos preocupados com o que vão fazer."
Sanchez estima que o seu poder aquisitivo tenha caído 60% com a crise mexicana. E para aumentar sua renda, ele já planeja fazer serviços de consultoria.

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