São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995 |
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Franqueados assumem o comando
NELSON ROCCO
O franqueado deve administrar o negócio pelo qual pagou, mas recebe do franqueador todo o suporte —treinamento, manual de operação, cadastro de fornecedores, além do direito da marca. Invertendo as posições, esse empreendedor deverá assumir os riscos da compra e se responsabilizar pelo êxito da rede. A Mister Pizza foi reestruturada depois de ser comprada por um franqueado, em 1987. Eliane Bernardino, vice-presidente da empresa, conta que seu pai, Zélio, abriu a primeira franquia em 1983. "A pizza servida em pedaços grandes foi um sucesso. Dois anos depois, a rede tinha 30 lojas." Segundo Eliane, em 1986 houve uma série de problemas e a cadeia encolheu para 17 lojas. Nessa época, os donos decidiram sair do negócio e ofereceram a rede para Zélio Bernardino. Eliane não revela o preço da negociação. "Mas foi uma quantia alta para meu pai e baixa diante do que a empresa valia." No ano passado, a Mister Pizza faturou US$ 29 milhões, com o atendimento de 1,3 milhão de clientes em 102 lojas. Daniel Citron, 40, diretor da Francap Sistemas de Franchise, afirma que a única razão pela qual o franqueado se torna franqueador é porque o segundo está com problemas. "É uma situação de falta de opção." "Pode acontecer de o dono de uma marca, para crescer, procurar um franqueado e se associar. Nesse caso, a negociação é uma questão de oportunidade", diz. Opção Foi exatamente a ocasião que levou Luiz Marques de Azevedo, 51, dono de uma loja Sign Express em São Paulo, a comprar 30% de participação na master-franquia. Azevedo era consultor de bancos. Em 1993, decidiu abrir a franquia e investiu US$ 65 mil. Ele diz que sua loja se tornou a de maior movimento da rede, com faturamento anual de R$ 300 mil. "Isso fez com que me envolvesse mais, até chegar à presidência do conselho dos franqueados." Em setembro, lembra, um dos sócios da empresa resolveu sair e Azevedo comprou a parte dele. Flávio Machado, 32, dono da franquia Lav & Lev, começou como franqueado há cinco anos. Ele conta que, junto com outros empresários, abriu cinco lavanderias em Porto Alegre. "Em 1991, compramos a master-franquia e hoje temos 95 lojas no país." A Amor aos Pedaços tem exemplo semelhante. Clenilton Araújo, 36, foi o segundo franqueado da marca. Com US$ 50 mil, abriu uma loja em São Bernardo do Campo (Região Metropolitana de São Paulo). Com o faturamento de um ano e a ajuda de um sócio, Araújo investiu mais US$ 300 mil em uma loja no shopping Paulista. "O sucesso de nossas lojas fez com que a empresa nos convidasse para ser master-franqueados no Paraná", afirma. LEIA MAIS Sobre franquias na pág. 9-2. Texto Anterior: Franchising University terá novos cursos; Polaroid cria estúdio de revelação 'express' Próximo Texto: Serviços públicos auxiliam micro e pequenas empresas Índice |
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