São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995 |
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Governo proíbe as estatais de fazer lobby
MARTA SALOMON
"Isso nós vamos barrar aqui porque não podemos jogar contra a República", explica o subsecretário de Propaganda Institucional, Pérsio Pisani. As estatais, autarquias e órgãos do governo detêm R$ 340 milhões para publicidade em 95. A determinação atingirá principalmente a Petrobrás, a Telebrás e a Embratel. Na revisão constitucional de 93/94, as estatais agiram com mais liberdade, já que o governo Itamar Franco não tomou partido nos debates sobre o monopólio estatal. Sem verba própria no orçamento da Presidência para campanhas pró-reforma nos dez minutos gratuitos de que o governo dispõe na TV diariamente, Muylaert tratou de impedir que a verba de publicidade da União fosse gasto contra a quebra dos monopólios. O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a realização de uma campanha para mobilizar a sociedade a pressionar o Congresso na votação das reformas. O governo chegou a pensar em usar o mesmo aparato de marketing da campanha eleitoral. Além de pesquisas de opinião para orientar os estrategistas, seria montada uma agência de notícias para jornais e rádios do interior. Diante da dificuldade em aceitar o trabalho "gratuito" dos antigos assessores, os custos seriam pagos com a sobra de campanha de 94 repassada ao PSDB. Mas a idéia ainda não tem o aval do presidente do partido, Pimenta da Veiga. Alvo de lobbies na fase de redação das emendas à Constituição, o governo recorrerá a estratégias típicas de lobistas para vê-las aprovadas a partir de março. Além de investirem no corpo-a-corpo para o convencimento dos parlamentares, ministros envolvidos com a reforma constitucional e assessores farão plantão permanente para atender os aliados e municiá-los com informações. Texto Anterior: Pedetista rejeita rótulo de decadente Próximo Texto: Regulamentação se arrasta há 6 anos Índice |
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