São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Teatralidade marca comissões de frente em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A comissão de frente da Vai-Vai radicalizou em um conceito que, a cada ano, fica mais visível nos desfiles das escolas de samba: a teatralidade.
O diretor Ulysses Cruz reuniu atores do Boi Voador e sambistas da Vai-Vai em uma coreografia com "cenas explícitas de teatro".
As bandeiras com inscrições em latim —Non Ducor Duco (Não sou conduzido, conduzo)— eram largadas no chão subitamente.
Os atores deitavam no chão, como se estivessem representando algum papel em uma farsa. O público vibrou. "Eu tentei trazer o teatro para o sambódromo. Vamos ver se funciona", disse Cruz antes do desfile.
Para o coreógrafo Valter Lacerda, o Carnaval tem que evoluir e elementos cênicos são uma forma de fazer isso.
Lacerda dirigiu a comissão de frente da Camisa Verde, uma das melhores do desfile. Onze negros, de cabeça raspada, faziam movimentos lentos e delicados para saudar a platéia, que respondia com muitos aplausos.
A fórmula nem sempre dá certo. A comissão de frente da Unidos do Peruche apostou em movimentos robóticos, numa mistura de samba com break. A idéia não entusiasmou o público.
O abre-alas da Vai-Vai foi formado por atores da peça "Péricles", que estréia em abril. Suas fantasias simbolizavam uma mistura entre os operários paulistas e os soldados do batalhão Dragões da Independência.

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