São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Empenho total

CIDA SANTOS

Ok, é Carnaval, mas a duas rodadas para a fase final de classificação, vale gastar alguns minutos desta segunda-feira para se desvendar a seguinte questão: o que há de comum entre os dois líderes da Superliga?
Na ala das meninas, o BCN é a escola nota dez: 16 jogos, 16 vitórias. No masculino, o Suzano comanda o samba: 18 vitórias, duas derrotas e o 1º lugar da turma.
Com estilos diferentes, os técnicos dos dois times parecem encaminhar seus trabalhos para direções semelhantes: aumentar cada vez mais a cobrança do jogador com o próprio desempenho. Em comum também no trabalho dos dois, a constante insatisfação. Para eles não existe a palavra perfeito.
O técnico Cláudio Pinheiro, do BCN, instituiu a auto-avaliação. Depois dos treinos e jogos, a atleta tem que se dar uma nota. Pode parecer simples, mas não é.
A nota traz consequências. Através dela, o técnico percebe o nível de exigência da jogadora com ela mesma. E mais: ganha respaldo para cobranças. Se ela se deu dez, terá que ser dez. Se não deu, por que não está sendo dez?
No Suzano, a palavra de ordem é trabalho, muito trabalho. É o único time que chega a treinar três vezes por dia. O jogador sabe que os erros cometidos em uma partida, e principalmente em uma derrota, serão devidamente anotados pelo técnico Ricardo Navajas. E certamente vão significar ainda mais horas extras de treinos.
Com apenas um ponto de vantagem sobre a Frangosul, o clima no time é de empenho total para garantir o primeiro lugar nesta fase. Não à toa, a equipe não folgou no Carnaval.
Nestas últimas traçadas linhas, um espaço para o Banespa, que está se revelando o moleque travesso do vôlei. No primeiro turno, foi o único que superou o até então invicto Suzano. Na última rodada, passou por cima do Palmeiras.
O que impressiona no Banespa é a quantidade de atletas novos e talentosos. Um exemplo: Lilico, 18 anos e 1,98 m. Ele bate de todas as posições. Suas mãos alcançam a bola a 3,55 m do chão, marca próxima a de Negrão.
Outro destaque é o levantador canhoto Ricardinho, 19 anos e 1,91 m. Na temporada passada, ele era seis. Usava a mesma camisa que havia sido de Maurício no Banespa. Agora, ele resolveu mudar. É dez. Na camisa e na quadra.

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