São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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EUA e China têm acordo comercial

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

China e EUA chegaram a um acordo para evitar guerra comercial entre os dois países.
O anúncio foi feito na madrugada de ontem em Washington, duas horas depois de esgotado o ultimátum que o governo americano havia imposto para o início de sanções de US$ 1 bilhão contra a importação de produtos chineses.
Detalhes do acordo comercial, que trata da proteção de propriedade intelectual na China, não haviam sido divulgados até o final da tarde de ontem.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, saudou a solução e disse apenas que "maior respeito à lei e maior acesso dos chineses a produtos intelectuais vão promover sociedade mais aberta na China".
O governo chinês comprometeu-se a criar grupos de combate à pirataria intelectual, que vão atuar em todo o país com o objetivo de destruir vídeos, software, discos, CDs, fitas e filmes reproduzidos ilegalmente.
A China também vai abolir quotas de importação para produtos intelectuais norte-americanos.
Segundo o governo dos EUA, a pirataria intelectual na China lesa os produtores norte-americanos em US$ 1 bilhão por ano.
Muitos dos responsáveis pela pirataria intelectual chinesa são pessoas próximas às lideranças do governo da China, o que, de acordo com Washington, estimularia a indulgência das autoridades.
Com o acordo, os EUA vão levantar o veto que exerciam contra a inclusão da China na Organização Mundial de Comércio (OMC), organismo que regula o comércio mundial e sucede o antigo Gatt.
O responsável pelo comércio exterior dos EUA, Mickey Kantor, disse que o acordo vai permitir a expansão do comércio entre os dois países que, no ano passado, registrou superávit de US$ 30 bilhões para a China.
A China havia rechaçado as denúncias de pirataria feitas pelos EUA no passado e ameaçado retaliar caso os norte-americanos impusessem sanções a seus produtos.
O governo Clinton está agindo de maneira mais dura com a China porque o Congresso, controlado pela oposição, o pressiona a exigir dos chineses mais respeito aos direitos humanos em troca de privilégios comerciais.
Ontem, o governo chinês emitiu comunicado rejeitando as acusações de abusos dos direitos humanos contidas em relatório do Departamento de Estado dos EUA.
A China negou manter prisioneiros de consciência e utilizar órgãos de criminosos executados para transplante sem autorização.

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