São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995 |
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Safra recorde ameaça a renda agrícola
DA REPORTAGEM LOCAL A renda agrícola vai despencar este ano com a elevação da oferta de grãos, caso o governo não libere recursos de EGF (Empréstimos do Governo Federal) suficientes a cooperativas, indústria e empresas exportadoras.A opinião é de Roberto Rodrigues, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira). Rodrigues afirma que o governo precisa estimular as exportações de milho, cuja produção deve superar o consumo este ano. O Brasil não tem tradição nesse mercado, mas Rodrigues diz que há países como a África do Sul, cuja safra quebrou, que poderiam comprar o produto nacional. O economista Fernando Homem de Melo, professor da USP, acha difícil o país viabilizar a exportação pela atual taxa de câmbio. Melo defende a elevação de 10% para 20% na TEC do milho (Tarifa Externa Comum, que taxa a entrada de produtos de fora do Mercosul). "Se o governo não inibir as importações, terá que carregar por muito tempo os volumosos estoques", diz Melo. Tanto Rodrigues quanto Melo acham que o governo está paralisado. "A queda nos preços agrícolas é vista como vitória contra a inflação", afirma Rodriques. "Mas isto é uma visão de curto prazo, pois se a renda agrícola cai, a produção diminui e a inflação volta no ano que vem." Segundo o Ministério da Agricultura, o governo está disposto a bancar o custo do frete para transportar milho do Sul e Sudeste para o Nordeste. É uma forma de enxugar o excesso de oferta e evitar que as cotações despenquem. A Agricultura solicitou ao Ministério da Fazenda liberação de R$ 1 bilhão para EGF. Texto Anterior: Diminuição das chuvas favorece colheita em SP Próximo Texto: Milho sustenta a estimativa de supersafra Índice |
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