| São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995 |
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Paulinho da Viola elogia ritmo lento da Portela
FERNANDO PAULINO NETO
Paulinho da Viola não saía na Portela há 18 anos. Na concentração, ele cantou o samba, de sua autoria, junto com o puxador Rixa. Paulinho da Viola disse que o que mais o emocionou foi ter visto Alberto Nonato, 85, o patrono de sua volta à azul e branco de Madureira, chorar quando ele chegou ao seu lugar de desfile, no final da escola, junto com a velha guarda. Mas, antes disso, Paulinho já estava se divertindo. Depois de cantar "Foi um rio que passou em minha vida", ficou ao lado da pista, sambando, cantando e vendo a escola passar. "Me diverti mais vendo a escola passar na concentração do que no desfile mesmo", disse. "Eu chorei porque a Portela é o meu amor e o Paulinho é um camarada do peito", disse Alexandre Nonato, que lustra os móveis da casa de Paulinho da Viola. Na concentração, Paulinho não parava de cumprimentar os componentes, ser fotografado por eles e dar abraços em seus velhos amigos portelenses. No final, ao abraçar Noca da Portela, autor do samba deste ano, que há dez anos não saía na escola, disse: "Ele é um dos responsáveis por minha volta". Responsável não só por ser amigo, mas por ter feito um samba tradicional, como Paulinho gosta. "Acho que a grande vitória deste desfile foi o ritmo", disse Paulinho. Ele afirmou que a bateria começou a tocar em um ritmo rápido, mas aos poucos passou para um ritmo mais lento como consequência do samba. Ao final do desfile, ao ver o público na arquibancada pulando e cantando o samba e gritando "é campeã", Paulinho não resistiu e gritou a vitória de sua escola. Texto Anterior: Performance de Monique escandaliza sambistas; Modernismo Próximo Texto: Salgueiro faz desfile tumultuado Índice |
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