São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
'Bico' faz crescer morte de PMs
MARCELO GODOY
Esse número também supera os casos registrados em 92 (55) e 91 (57). Do total de mortos em 94, 37 (50,6%) estavam trabalhando e 36 (49,4%) morreram no segundo emprego. Em 93, 26 PMs morreram trabalhando e 21 no "bico". "Por causa dos baixos salários, o PM é forçado a buscar um segundo emprego, durante o horário de folga, como segurança particular. Com isso, ele passa mais tempo arriscando a vida", disse Hortência D'Asti de Lima, 72, presidente da União de Pensionistas da PM, entidade com 4.000 sócias. O salário inicial de um soldado será de R$ 380 em março. Em sua posse, em janeiro, o comandante da PM, coronel Claudionor Lisboa, disse que a corporação iria tolerar o "bico" dos policiais. Em janeiro, sete PMs foram mortos. O regulamento militar proíbe os "bicos". A única atividade permitida é o trabalho como professor, em escolas ou faculdades. A Corregedoria da PM estima que apenas de 30% desses crimes sejam esclarecidos, com seus autores presos ou não. "A sociedade está mais violenta, daí esse aumento", disse o comandante da Corregedoria da PM, coronel Edilberto Ferrarini, 49. Entre os 37 PMs mortos em 94 durante o trabalho, estão o sargento João da Silva, 42, e o soldado Dilmar Fernandes de Oliveira, 25. Os dois trabalhavam no 1º Batalhão da Polícia Rodoviária e foram mortos em fevereiro do ano passado por ladrões de carro-forte em Cotia (Grande São Paulo). A morte desses policiais militares foi investigada pela Corregedoria da PM. Até hoje, os assassinos não foram presos. A corregedoria tem 25 homens em duas equipes que formam seu Setor de Homicídios. Eles apuram e auxiliam a Polícia Civil na captura dos assassinos de policiais. O setor dispõe de um arquivo com fotos, nomes e endereços de pessoas foragidas acusadas de matar ou de tentar assassinar policiais. As informações são repassadas para todos os quartéis da PM. Por causa do aumento do número de mortes, o comandante da corregedoria disse que a PM planeja dar até o final do ano um curso de defesa para toda corporação. "É preciso que um policial saiba como abordar uma pessoa na rua e como usar sua munição em um tiroteio", disse Ferrarini. Texto Anterior: Músico do Negritude Jr. se fere em acidente; O NÚMERO; Tubarão é capturado por pescadores em PE; Pai espanca e mata bebê em São Luís; Falta de água afeta bairros de São Paulo Próximo Texto: Viúva só sobrevive com ajuda Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |