São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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Sanguinetti ataca planos Real e Cavallo

WILLIAM FRANÇA
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

O presidente eleito do Uruguai, Julio María Sanguinetti, 59, assume hoje o comando do país sob pressão para corrigir distorções na economia. Mas Sanguinetti já anunciou que não fará "nem um Plano Real nem um Plano Cavallo", soluções que ele apelida de "fórmulas de laboratório".
Os presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, e da Argentina, Carlos Menem, estarão presentes à posse de Sanguinetti.
O desemprego no Uruguai atingiu 9,1% da população economicamente ativa no ano passado. O país também está sofrendo diretamente com a retração da economia na Argentina, seu principal parceiro comercial.
O ministro nomeado da Economia, Luis Mosca, 42, reconhece que a crise argentina está afetando as perspectivas de arrecadação dos cofres uruguaios. Em entrevistas a jornais locais, ele tem afirmado que a reativação da economia brasileira é a esperança para o equilíbrio da região do Mercosul.

Chile
Eduardo Frei, presidente do Chile, afirmou ontem que está disposto a iniciar gestões para integrar seu país ao Mercosul, mercado comum formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Frei considerou "muito importantes" os contatos que deverá fazer com FHC e Menen durante a posse de Sanguinetti.

Embarque
FHC embarcou ontem, às 14h20, para Montevidéu. O cargo foi transmitido, na Base Aérea de Brasília, ao vice Marco Maciel, que assume interinamente a Presidência até o retorno de FHC do Chile, no sábado.
FHC viajou acompanhado dos ministros Paulo Renato (Educação), Francisco Weffort (Cultura), Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) e do presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP).
Integram ainda a comitiva presidencial o ex-ministro do Planejamento no governo Itamar Franco, Alexis Stepanenko (hoje diretor da ECT), o senador Arthur da Távola (PSDB-RJ) e os deputados paulistas Almino Affonso e Franco Montoro, ambos do PSDB.
Os três parlamentares foram exilados políticos no Chile, na mesma época em que FHC, durante o regime militar. A comitiva vai ganhar o reforço do ministro José Serra (Planejamento), que está em São Francisco, nos EUA.
Maciel deve despachar em seu gabinete, no anexo do Palácio do Planalto, a partir das 14h de hoje. Segundo assessores, ele não pretende utilizar o gabinete de FHC.

LEIA MAIS
Sobre a posse de Sanguinetti à página 2-5

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