São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995 |
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Vigia mata dinamarquesa no Rio
DANIELA RIBEIRO
O assassinato ocorreu depois de a estudante chegar de um desfile de blocos, às 2h. Os moradores do prédio não comentaram o caso. Alice participava de um intercâmbio cultural, patrocinado pelo Rotary Club, e estava morando no apartamento do major da PM César Paiva Muniz. O vice-cônsul dinamarquês Jan Jensen descartou a ligação do assassinato com o Carnaval ou com a violência do Rio. "Poderia ter acontecido na Dinamarca", disse, considerando o crime "uma fatalidade, promovido por um desequilibrado". Quatro amigos de Alice -duas dinamarquesas, um filipino e um brasileiro- disseram à polícia que a acompanharam até ela entrar no prédio, na rua Enaldo Cravo Peixoto, na Tijuca (zona norte). Às 7h, como Alice ainda não havia chegado, o major Muniz foi à 19ª Delegacia Policial (Tijuca) registrar o desaparecimento. As investigações começaram pelo depoimento do porteiro noturno, João José dos Santos. Ele contou que Nepomuceno trabalhara sozinho naquela noite. O segurança negou o crime no início, mas acabou confessando quando o delegado Antonio Matos pediu para que ele se despisse. Havia várias marcas no corpo do segurança, o que evidenciava a possível resistência de Alice a uma tentativa de estupro. Na delegacia, Nepomuceno disse que, na portaria, depois de conversar com Alice, passou a mão em seus cabelos. Ela reagiu. Nepomuceno disse que a teria puxado pelo braço e tentado estuprá-la, dando uma "gravata" que deixou Alice inconsciente. Ele teria arrastado a estudante para um quarto próximo à garagem, onde fica a cisterna do edifício. Nepomuceno teria então mordido o seio de Alice, que acordou. O segurança tornou a sufocá-la e, em seguida, jogou o corpo da estudante dentro da cisterna, que tem 2,2 metros de profundidade. Com medo de que Alice ainda estivesse viva, Nepomuceno entrou na cisterna e mergulhou o corpo da estudante para que ela morresse por afogamento. O corpo de Alice ficou ali por 40 horas. O laudo cadavérico aponta morte por sufocamento. Nepomuceno trabalhava armado e recebia o salário de R$ 205 por mês. Ele tinha ainda emprego de porteiro em outro prédio do bairro. Texto Anterior: Chuva deixa 6 bairros de Rio Preto sem luz; Cantora deve deixar unidade coronariana; O NÚMERO; Polícia Militar prende foragido em Bauru; Hotel em Salvador é parcialmente interditado Próximo Texto: Pai de Alice chega hoje Índice |
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