São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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Coluna traz respostas a perguntas de leitores

BILL GATES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Pergunta (Stephen J. Ransford) — Como pai de um adolescente que, na minha opinião, passa pouco tempo lendo e muito tempo programando, eu gostaria que você falasse alguma coisa sobre vantagens de se obter informações com leitura (por todos os meios de comunicação possíveis) e de se aprender a apreciar a leitura e ler bem.

Procuro ler pelo menos uma hora ou mais todas as noites, de segunda a sexta, e algumas horas, nos fins de semana. Leio pelo menos um jornal todos os dias e várias revistas por semana.
Faço questão de ler pelo menos uma revista semanal de ponta a ponta, porque isso amplia meus interesses. Se eu ler apenas aquilo que chama minha atenção, como a seção de ciência e uma parte da seção de negócios, vou terminar a revista sendo a mesma pessoa que era antes de começar a lê-la. É por isso que a leio inteira.
Pergunta (vários leitores) — Que tipo de livros você gosta de ler?

Eu me interesso por personalidades dos negócios, como Alfred P. Sloan Jr., ex-presidente da General Motors. O livro dele, "My Years at General Motors", é um dos melhores livros sobre negócios.
Sloan tratava de questões como organização, medição dos avanços conquistados, lidar com riscos e manter as pessoas que trabalhavam em sua empresa motivadas e produtivas. Ele compreendia sua empresa de uma maneira racional que eu acho muito inspiradora.
Sloan representou uma instância em que a pessoa melhor ascendeu até o topo. Mas as coisas nem sempre funcionam assim. Nem sempre as pessoas mais talentosas ficam com os cargos mais altos e importantes. Sempre acho interessante quando uma empresa não tem os instrumentos de "feedback" necessários para aproveitar os talentos de seus funcionários.
Leio principalmente coisas sobre cientistas. Para mim, a pureza do pensamento dos cientistas os torna muito atraentes. Houve uma época de minha vida em que eu sonhava em ser cientista, e alguns dos meus hobbies são biotecnologia, compreender a evolução, estudar o cérebro e o DNA. Também gosto de ler sobre economia.
O livro de ficção que mais gostei nos últimos tempos foi "A Lesson Before Dying", de Ernest J. Gaines. Meu best seller predileto é "The Shipping News", de E. Annie Proulx.
Pergunta (Wei Huang, de Seattle) — Que tipo de computador você usa?

Meu laptop tem 12 Mbytes de RAM, ou "random-access memory". Também tem um disco rígido de 240 Mbytes, que me permite armazenar cerca de 60 mil vezes a quantidade de informação contida nesta coluna de jornal. Esse disco é bastante pequeno, pelos padrões atuais.
Uso um laptop porque é portátil. Quando viajo, posso me ligar aos computadores da Microsoft de praticamente qualquer lugar no mundo, usando o modem embutido no portátil.
Quando estou em casa ou no escritório, meu laptop se encaixa em uma docking station que o conecta a um monitor, teclado e mouse de tamanhos normais.
Uns dois anos atrás comecei a usar uma conexão telefônica de alta velocidade, conhecida pela sigla ISDN, para me conectar aos computadores da Microsoft desde minha casa. Com essa conexão, meu laptop pode enviar e receber mais de 100 mil bits de informação (cerca de quatro páginas de texto) por segundo. No futuro, a transferência de grandes quantidades de informações digitais em alta velocidade será muito importante, no trabalho e em casa.
Pergunta (Michael Alladio, Kaiserslautern, Alemanha) — Uma colega minha disse que deixa seu computador ligado o tempo inteiro. Ela falou que leu que Bill Gates faz isso, portanto deve ser certo. Isso é verdade?

Se o seu computador fica parado num lugar só, você pode deixá-lo ligado para poupar o desgaste dos componentes eletrônicos. Mas desligá-lo poupa eletricidade e um teste simples de diagnóstico entra em operação quando você liga a máquina de novo.
Existe uma tecnologia em desenvolvimento que vai ajudar a resolver a dúvida entre deixar um computador ligado ou não. Está surgindo um padrão chamado Energy Star, que permite que o micro fique "ocioso", sem consumir praticamente energia alguma, mas apto a funcionar instantaneamente quando se quer usá-lo.

Cartas para Bill Gates, redigidas em inglês, devem ser enviadas aos cuidados de Folha de S.Paulo, caderno Informática, pelo correio —al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, CEP 01201-001, São Paulo, SP—, ou pelo fax (011) 223-1644. A correspondência também pode ser enviada diretamente a Bill Gates no endereço eletrônico askbill microsoft.com. Tradução de Clara Allain.

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