São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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General brasileiro diz que não foi parcial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O general Ariel da Fonseca negou ontem que tenha sido parcial ao elogiar "a bravura dos soldados peruanos em defender seu território em condições tão adversas".
Fonseca chefia a missão de observadores que visitou a região de conflito entre Peru e Equador, na fronteira entre os dois países, e retornou a Brasília no sábado.
As declarações do general brasileiro, em entrevista à televisão Panamericana do Peru, teriam indignado os equatorianos.
"Não estou autorizado a dar entrevistas e só posso dizer uma coisa: do mesmo modo que elogiei os soldados peruanos no Peru, elogiei os equatorianos no Equador, devido às condições adversas no campo de batalha", disse ontem o general à Folha.
A missão que Fonseca chefiou tem por objetivo verificar condições para envio de um grupo de observadores que vai garantir, a partir do próximo dia 8, o cessar-fogo na cordilheira do Condor.
Foi composta por diplomatas e militares do Brasil, Chile, Argentina e Estados Unidos, os países fiadores do protocolo do Rio, que estabeleceu a fronteira entre Equador e Peru em 1942.
O Brasil coordena as negociações e paz e a missão porque foi sede do acordo.
Aparentemente as declarações favoráveis aos equatorianos não repercutiram no país como os elogios aos soldados inimigos.
O ex-presidente da Suprema Corte de Justiça do Equador disse em entrevista à Rádio Noti Hoy que "este senhor (Fonseca) tem que esclarecer sua posição. Como nosso país pode confiar num observador que numa posição tão delicada toma partido?"
Os combates entre Peru e Equador, por uma área de 78 km de extensão na fronteira entre os países, começaram no dia 26 de janeiro.
Um acordo bilateral de cessar-fogo foi assinado em Brasília no último dia 17. Mas peruanos e equatorianos têm trocado acusações de violação da trégua.

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