São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
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Banco Central decreta liquidação de instituição do grupo São Jorge

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC (Banco Central) decretou ontem a liquidação extrajudicial do Banco São Jorge, com sede em São Paulo.
Foi a décima primeira liquidação de banco desde que o real começou a circular, em julho do ano passado. Outros cinco bancos estaduais estão sob intervenção, entre eles o Banespa, credor de empresas do grupo São Jorge.
A liquidação extrajudicial é retroativa a 31 de dezembro de 1994. A instituição teve um rombo de R$ 8,1 milhões nas reservas bancárias e não conseguiu obter assistência financeira do Banco Central por não apresentar garantias.
O banco também não tinha recursos para honrar compromissos assumidos.
O funcionário do BC Renato Bicudo foi indicado ainda ontem como liquidante do banco.
Dados iniciais do BC indicam que os depósitos à vista da instituição somam R$ 200 mil e o total dos depósitos a prazo é de R$ 1,8 milhão. Os recursos aplicados em CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é de R$ 400 mil.
As investigações preliminares do BC mostraram que o banco carregava "ativos de má qualidade".
Sua situação financeira foi agravada por falta de financiadores no mercado. Com 30 funcionários, o Banco São Jorge possui uma única agência que fica na Avenida Paulista, centro de São Paulo.
O BC decretou ainda a indisponibilidade dos bens de dez administradores do banco: José Tupy Caldas de Moura, ex-diretor de fiscalização do BC, Antônio Ferreira Marques, Carlos Aguiar Junior, Ernani Duarte Barreto, Italo Fittipaldi, Jorge Chammas Neto, Josué Mesanelli Souto Ratola, Luiz Fernando Mussolini, Nilo José Sirio e Roberto de Carvalho Resende.

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