São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cessar-fogo é respeitado nos Andes, afirma FHC
WILLIAM FRANÇA
O adido militar brasileiro no Peru dormiu esta noite (passada) no lugar dos conflitos e avisou que eles estão cumprindo o cessar-fogo, disse FHC a repórteres brasileiros, ontem pela manhã. Peru e Equador assinaram uma declaração aditiva ao acordo de cessar-fogo acertado em Brasília, no dia 17 de fevereiro. Tão logo foi anunciado o cessar-fogo, foi dada a ordem para que os adidos militares dos países garantes ocupassem as bases de Coangos (Equador) e PV-1 (Peru), na região do conflito. A eles caberá a tarefa de averiguar o cumprimento do acordo e preparar a recepção dos observadores militares, que devem chegar entre os dias 6 e 8. O encontro na embaixada brasileira reuniu os chanceleres dos países garantes —Brasil, Argentina, Chile e Estados Unidos—, além dos ministros das Relações Exteriores de Peru e Equador. Da reunião saiu o documento intitulado Declaração de Montevidéu. Nessa declaração, os dois países se comprometem a seguir cumprindo as obrigações assumidas no Protocolo do Rio de Janeiro, assinado em 1942. Entre elas está a demarcação da fronteira. O chanceler brasileiro, Luiz Felipe Lampreia, disse à Folha, logo após a reunião, que o cessar-fogo é o primeiro passo para se chegar à separação das forças. Segundo ele, não houve resistências das duas partes a acertar o novo acordo. Na reunião também descartou-se a hipótese de acionar a OEA (Organização dos Estados Americanos) para que sirva de intermediária nas negociações. Essa decisão poderia levar os dois países a sofrer embargo econômico. FHC disse acreditar na boa fé de parte a parte no cumprimento do cessar-fogo. Daqui para frente, o que pode haver são incidentes. Os chanceleres ratificaram o compromisso de Brasília. Pela manhã, FHC recebeu o presidente do Peru na residência oficial da Embaixada do Brasil. Alberto Fujimori foi lhe agradecer o esforço e envolvimento pessoal no encaminhamento da solução. O presidente do Equador também havia pedido a Fernando Henrique uma audiência, mas cancelou-a ontem pela manhã. Texto Anterior: Exército russo segue na Tchetchênia; Ex-comunista é premiê na Polônia;Homem-bomba sobrevive a ataque; Agências turcas sã alvo de ataques; Portugal pode antecipar eleição; NY rejeita apelo contra pena de morte; Líbia diz que demoliu sua última prisão; Jornal diz que Jackson deserdou pai e irmã Próximo Texto: Sanguinetti assume e promete reformas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |