São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995 |
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Reserva data do século 19
LUCIANA VEIT
Desde o século 16, os kadiwéus domesticam o cavalo, utilizando-o tanto para caça como para montaria. A habilidade como cavaleiros permitiu a expansão da tribo. Os kadiwéus também barravam a difusão européia na região. Por provocarem grandes baixas nos conflitos, os portugueses firmaram, em 1791, um tratado perpétuo de paz com os índios. Tendo-os como aliados, Portugal conseguiu que as terras do curso médio do rio Paraguai, disputadas com a Espanha, fizessem parte do território brasileiro. Em 1899 a reserva kadiwéu foi medida, por ordem do marechal Rondon, totalizando 378,7 mil hectares. Na sua viagem para a aldeia, Lévi-Strauss levou três dias a cavalo a partir de Guaicurus, cidade a 45 km de Miranda, no Mato Grosso do Sul. Em "Tristes Trópicos" o etnólogo detalha a viagem, as dificuldades na subida da serra da Bodoquena, o descanso em rede com mosquiteiro e as cavalgadas ao luar, para poupar os cavalos. O autor conta também da reação dos índios a sua presença. Por ser comum encontrar índios que temem ser fotografados com medo que sua alma seja capturada, os etnólogos eram ensinados a indenizá-los de alguma maneira. Lévi-Strauss lembra que sua experiência com os kadiwéus foi diferente. Eles não apenas exigiam pagamento para se deixarem fotografar como diariamente o obrigavam a fazer retratos para serem pagos. (LV) Texto Anterior: Lévi-Strauss retratou índios da região Próximo Texto: Turismo ecológico preserva ecossistemas Índice |
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