São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Construção civil lidera contratação

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Cresceu 2,61% no ano passado o número de pessoas ocupadas com algum tipo de trabalho na economia brasileira em relação ao ano anterior. O setor de construção civil foi o que puxou a alta com 4,81%.
O aumento do nível de emprego ocorreu principalmente no segundo semestre do ano, graças ao Plano Real (lançado em julho). Em junho, havia 15.409.466 pessoas empregadas no país. Em novembro, (pique do ano por causa das contratações para o Natal) estavam empregadas 16.061.535.
A indústria de transformação (fábricas) foi o segmento econômico em que menos se refletiu este aumento de emprego. Há apenas 0,49% de pessoas empregadas a mais do que em 1993.
A razão disso, segundo a coordenadora do Departamento de Emprego e Salário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Shyrlene Ramos de Souza, foi a reformulação das indústrias desde o processo de abertura do governo Collor.
As indústrias, com a livre competição, tiveram que se adaptar aos novos tempos, modernizando processos e enxugando quadros. Mesmo com crescimento econômico, o emprego neste setor não se recuperará na mesma proporção.
Os outros setores medidos pelo IBGE também tiveram crescimento em relação a 1993. O comércio cresceu 3,60% (fortemente impulsionado pelo aquecimento de vendas do final do ano) e o setor de serviços aumentou 2,88%.
Mesmo com o aumento do nível de emprego em 1994, mais acentuado de julho até o fim do ano, os índices ainda estão longe dos do governo Sarney (1985-1990), quando a taxa de desemprego oscilou entre 3,35% e 4,28% do total da população economicamente ativa.
No governo Collor, a taxa de desemprego aumentou, chegando a 5,76% em 1992 (ele governou até outubro). Para Shyrlene, o Plano Real teve a vantagem de não causar desemprego, ao contrário do Plano Collor, mas sem o grande aquecimento do Plano Cruzado.
O pouco crescimento dos empregos na indústria trouxe como consequência a redução dos empregados com carteira assinada (este é o setor que mais emprega com carteira).
O emprego com carteira vem em queda livre desde 1991 e confirmou a tendência. Em 1994, menos 0,22% da população ocupada tinha carteira, em comparação com 1993.
Aumentou o número de pessoas ocupadas sem carteira (mais 5,78% do que em 1993) e os trabalhadores por conta própria (profissionais liberais e serviços) que cresceram 6,28% na comparação com 1993.

Colaborou a Reportagem Local

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