São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Militares montaram esquema de segurança

GUSTAVO KRIEGER
DA REPORTAGEM LOCAL

Governo montou esquema de segurança
Militares e técnicos envolvidos com a montagem do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) relataram ao governo brasileiro tentativas de aproximação de americanos e franceses que buscavam informações sobre o projeto.
O governo brasileiro manteve em sigilo estas denúncias, mas reagiu montando um forte esquema de segurança para tentar proteger o sigilo das negociações para escolha das empresas encarregadas de fornecer e instalar os equipamentos do Sivam.
A Comissão Coordenadora do Sivam funciona em um prédio do Ministério da Aeronáutica, dentro de uma área militar ao lado do aerooirto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Para chegar ao prédio é preciso passar por duas checagem de identificação, feita por soldados da Aeronáutica e funcionários civis do próprio ministério.
Esta segurança não foi suficiente para o governo, preocupado com o alto número de funcionários civis que transitam pelo prédio.
O governo preferiu alugar um andar no prédio em que fica o Hotel Ambassador Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro. O prédio pertence ao Clube da Aeronáutica.
Neste prédio, longe de qualquer outro órgão público, ficaram isolados os funcionários ligados ao Sivam. A entrada no andar só era permitida com identificação prévia e cerca de 80 pessoas tinham acesso autorizado ao local.
As linhas telefônicas neste quartel-general do Sivam eram grampeadas, por orientação do Ministério da Aeronáutica e da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Os técnicos que participaram da análise das propostas dos 11 consórcios de empresas que tentaram disputar o contrato do Sivam foram divididos em grupos que não podiam se comunicar.
Cada grupo destes tinha um cooordenador e apenas os coordenadores trocavam informações sobre o projeto militar.
O brigadeiro Marcos Antônio de Oliveira, presidente da Comissão Coordenadora do Sivam, diz que "todos os governos e empresas envolvidas tinham interesse em obter informações privilegiadas sobre o sistema, mas o esquema de segurança montado pelo governo brasileiro tinha o objetivo de impedir 'vazamentos'.
Os documentos do Sivam continuam guardados no prédio do Hotel Ambassador Santos Dumont.
O governo ainda não assinou os contratos com a Raytheon para montagem do Sivam.
(GK)

Texto Anterior: Governo descobriu espionagem americana
Próximo Texto: Suspeito diz que os jornais mentiram
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.