São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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Tesouro tem déficit de R$ 1,77 bi no mês

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Tesouro Nacional fechou o mês de fevereiro com um déficit de caixa de R$ 1,77 bilhão, o primeiro registrado desde a implantação do Plano Real. O desempenho negativo teve como principais componentes os gastos com pessoal e encargos sociais —46,3% do total de desembolsos.
O resultado da execução financeira do Tesouro Nacional representa o desempenho das contas do governo.
O secretário do Tesouro, Murilo Portugal, admitiu que o valor do déficit é expressivo: chega a 27% do total arrecadado pelo governo (R$ 6,681 bilhões).
O ingresso de receitas em fevereiro foi de R$ 6,664 bilhões e os desembolsos chegaram a R$ 8,44 bilhões. A mudança da data de pagamento dos salários do funcionalismo, anunicada ontem, deverá render ao governo um lucro de R$ 2 bilhões ao longo do ano, informou Portugal.
Os demais componentes no desembolso que causaram o déficit foram as liberações vinculadas (26,3%), as despesas de custeio e investimento (17,7%), os encargos da dívida mobiliária federal no mercado —títulos em poder do público— (5,4%) e os pagamentos de encargos da dívida contratual externa (1,6%). Outros itens representam 2,7% das liberações.
Portugal atribuiu o déficit do Tesouro ao aumento de 50% nos gastos com pessoal decorrente do pagamento do reajuste de 22,07% do funcionalismo público federal e as férias dos servidores que se concentram no mês de fevereiro.
As despesas de pagamento de encargos da dívida externa também aumentaram de R$ 30 milhões para R$ 135 de fevereiro de 94 para o de 95.
Portugal acredita que o déficit é sazonal e não deverá se repetir nos anos seguintes. Além do desempenho negativo do Tesouro Nacional em fevreiro, o governo ainda tem um déficit potencial de R$ 9,5 bilhões no Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.

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