São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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Centrais querem mínimo de R$ 100 já

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT e a Força Sindical pedem salário mínimo de R$ 100 agora e não em maio.
As centrais descartam a possibilidade de aceitar US$ 100 em maio, como chegou a propor o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
Pela lei do Real, o mínimo será reajustado naquele mês com base no IPC-r acumulado, estimado em 29% ou 30%. Com isso, o mínimo iria para R$ 90 a R$ 91.
Com o comunicado do Banco Central baixado ontem, US$ 100 seria R$ 98 no máximo a partir do dia 2 de maio. Pelo fechamento do dólar comercial ontem, o mínimo iria para R$ 88,20 em maio.
O ministro da Previdência Social, Reinhold Stephanes, garantiu, no entanto, que há possibilidade de um aumento maior do que o IPC-r acumulado e que o mínimo iria para R$ 100 em maio e não para US$ 100. Com a desvalorização cambial, a diferença diminui.
Em defesa do aumento do mínimo já, da aposentadoria por tempo de serviço e do patrimônio público, a CUT prepara para amanhã, dia 8, um dia nacional de luta.
Em São Paulo, está prevista manifestação às 16h na Praça Ramos, centro da cidade.
"Vamos sentir se o povo está disposto a se organizar e se defender contra ataques do governo", disse o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
As manifestações do dia 8, organizadas em conjunto com a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), marcam também o Dia Internacional da Mulher.
"Estamos chamando todos os companheiros das outras centrais sindicais que querem defender o patrimônio público a participar dos atos", disse Vicentinho.
No sábado, os ministros da Previdência, Stephanes, da Justiça, Nelson Jobim, e do Trabalho, Paulo Paiva, vão à CUT para discutir as reformas. Eles já foram discutir com a Força Sindical.
O diretor da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que o governo fica anunciando o aumento do mínimo com meses de antecedência só para desconversar sobre um aumento já.
"Se vão aumentar em maio, é porque está na lei. Os trabalhadores estão passando fome agora e precisam de reajuste já."

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