São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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Arida explica principais novidades

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

São seis as principais novidades da política cambial, conforme definição do presidente do BC, Pérsio Arida:
1. A banda de variação da cotação do dólar é explicitada, formalizada; o BC vai anunciar essa banda periodicamente e previamente. Por exemplo: daqui até 2 de maio, o BC vai comprar dólar a R$ 0,86 e vender a R$ 0,90. Significa que não vai deixar a cotação ficar nem abaixo nem acima desses dois pontos. Até a semana passada, o BC operava uma banda de R$ 0,83 a R$ 0,86, mas sem explicitar.
O diretor do BC, Gustavo Franco, principal responsável pela política anterior, costumava dizer que não havia vantagem nenhuma na explicitação da banda. Agora, acompanha Arida na avaliação de que é vantagem explicitar a banda de variação.
2. A banda de variação foi ampliada, elevando-se o topo. Bandas mais amplas facilitam a variação do mercado, diz Arida.
3. A nova política é consistente, na medida em que o piso atual (R$ 0,86) era o topo da banda anterior. É uma passagem gradual e permite ao mercado continuar operando a R$ 0,86, se for essa a tendência.
4. Já se anuncia que o topo sobe em maio, dando sinalização clara ao mercado. Segundo Arida, não se anuncia aumento do piso porque afetaria os mercados.
5. O BC pode fazer "intervenções intra-banda", expressão complicada de significado simples: o BC pode comprar e vender dólar, forçar a cotação para cima ou para baixo, a qualquer momento, mesmo que os valores estejam longe do piso e do topo.
6. Foram introduzidas operações "a futuro". Ontem, o BC propôs comprometer-se a vender dólar a R$ 0,93 em 2 de maio. Nessa data, o topo da banda de flutuação passa de R$ 0,90 a R$ 0,98. Ao se comprometer a vender a R$ 0,93, o BC faz um degrau, para permitir a passagem gradual do topo. E por que R$ 0,93? É "onde a gente imagina que a cotação possa estar, num valor razoável", disse Arida.

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