São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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De olho no Orlando

FÁBIO SORMANI

De olho de Orlando
O Orlando Magic tratou de dar um nó na cabeça dos adivinhos da NBA, semana passada. Na quinta-feira, o time da Flórida, tido por muitos destes analistas como uma equipe imatura para conquistar o título desta temporada, foi a Houston e desbancou o Rockets, dentro do The Summit, num espetacular 107 a 96.
No dia seguinte, em San Antonio, enfrentou o Spurs e perdeu por apenas um ponto (112 a 111), graças a uma cesta de Dennis Rodman a poucos segundos do final.
E o que tem isso de tão importante assim, a ponto de mudar a opinião dos analistas?
Simples: nos dois jogos, Shaquille O'Neal, principal jogador do Orlando, o homem que pode levar o time ao tão sonhado e inédito título da NBA, enfrentou Hakeem Olajuwon (Houston) e David Robinson (San Antonio), dois de seus principais rivais na liga, dois gigantes como Shaq e dois dos poucos mortais que podem segurá-lo em quadra e evitar que o troféu vá para a Flórida.
Além disso, o Houston é o atual campeão da NBA e é apontado por estes mesmos analistas como um dos favoritos ao título.
O San Antonio é o time com melhor campanha na NBA desde o dia 10 de dezembro passado, quando venceu 31 jogos e perdeu apenas sete.
A vitória em Houston é superexpressiva. Foi a primeira vez que Shaq conseguiu vencer um duelo contra Olajuwon, fora de Orlando. A derrota em San Antonio também tem significado importante, porque no embate contra Robinson, O'Neal se saiu melhor (25 pontos contra 15) e evitou que o time vendesse a preços módicos a vitória. Shaq, no entanto, jamais conseguiu vencer um duelo contra Robinson, em San Antonio, mesmo tendo entre os torcedores a vibração de seu pai, Phil, que é o chefe dos bombeiros da cidade.
Esses dois jogos mudaram o comportamento dos analistas. As atuações de Shaq impressionaram a todos. O 32 do Orlando mostrou maturidade em quadra e seu jogo ganha maior fluência a cada dia.
A maior parte dos adivinhos, até a semana passada, entendia que o Orlando devia ser um dos finalistas da NBA, porque não iria encontrar adversários à altura no Atlântico. Mas quando se deparasse com o campeão do Pacífico, seja lá ele quem fosse, o Magic não teria forças para arrebatar o troféu.
Hoje, mudou-se a tendência. Ninguém mais descarta o Orlando com tanta rapidez. Isso, graças a Shaq. Doa a quem doer.

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