São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Líderes de FHC duvidam de base governista no Congresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Líderes governistas não se arriscam a contar o número de aliados que o presidente Fernando Henrique Cardoso reúne no Congresso Nacional dois meses após a posse e em pleno processo de debate da reforma da Constituição.
A avaliação ocorre um dia depois de o presidente ter feito uma reunião do conselho Político, que integra todos os presidentes dos partidos aliados, além dos líderes do governo no Congresso.
Os interlocutores de FHC no Parlamento não têm certeza de quantos votos dispõe o governo para aprovar as reformas.

Coalizão e colisão
O governo FHC, amparado numa coalizão de seis partidos, com maioria no Congresso, foi batizado ontem de "governo de colisão nacional" numa brincadeira no plenário da Câmara, por onde passarão em breve as propostas de reforma constitucional.
"Este governo não é do PSDB, mas uma ampla coalizão na qual o PSDB não é hegemonia", teorizou o deputado tucano Tuga Angerami (SP), em meio a críticas a medidas do governo.
O deputado Luiz Roberto Ponte (PMDB-RS), computado como um aliado em potencial, rebateu: "Este é um governo de ampla colisão". Tuga concordou e os dois riram muito.
Avaliando os crescentes focos de insatisfação, principalmente no PMDB e no PSDB, o líder no Senado, Élcio Álvares (PFL-ES), disse que o governo não pode computar como aliados todos os deputados e senadores dos seis partidos que declararam formalmente apoio a FHC.
Além do PSDB, integram a base de apoio político do governo outros cinco partidos: PMDB, PFL, PTB, PP e PL, com ampla maioria na Câmara e Senado.
"Cada voto é um voto", avaliou o senador, que classificou de "árdua" sua tarefa de garantir apoio às propostas do governo.
O líder do governo no Congresso, deputado Germano Rigotto (PMDB-RS), alega que é muito cedo para medir o tamanho da base de apoio de FHC na votação da reforma constitucional. "Não dá para dizer que o governo tem tantos deputados e tantos senadores".
Rigotto insiste, porém, que eventuais resistências poderão ser compensadas com votos de partidos não computados na base de apoio do Planalto.

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