São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995 |
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Polícia prende Gerente da Roque e Seabra MARCELO GODOY e ANTONIO ROCHA FILHO MARCELO GODOY; ANTONIO ROCHA FILHO
A polícia prendeu ontem à tarde em flagrante Sérgio Matias Horemann, 55, gerente de vendas da intermediadora de imóveis Roque e Seabra, sob a acusação de crime contra a economia popular. Horemann não quis dar entrevista. Rômulo Martelli, advogado da empresa, disse que a prisão foi arbitrária (leia texto ao lado). A acusação contra a Roque e Seabra é de fazer uma afirmação falsa ao promover a venda de um apartamento de dois quartos e 58 m² na rua coronel Bento Bicudo, no Piqueri (zona norte). A denúncia foi feita pelos bancários Márcia Simoni, 23, e Marcos José da Silva, 26. Eles compraram o imóvel por R$ 49 mil em 21 de janeiro passado. Disseram que usaram quatro cheques (totalizando R$ 5.460,00) que seriam descontados em 15 de fevereiro para o pagamento da entrada. "Após o dia 15, só dois cheques haviam sido descontados. Estranhamos e procuramos a Roque e Seabra", disse Silva. Segundo ele, a empresa lhes informou que não poderia ter vendido o apartamento que eles compraram. "Eles disseram que aquela unidade, o apartamento 34, era da construtora e nos ofereceram o apartamento 83, só que teríamos que pagar R$ 1.000 a mais, pois, senão, o negócio seria desfeito", afirmou Silva. Os dois procuraram ontem de manhã a 2ª Delegacia de Crimes Contra a Economia Popular do Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor). Segundo o delegado João Miziara Filho, 44, um investigador ligou para a empresa a fim de tentar um acordo entre os clientes e a Roque e Seabra. "A empresa se manteve irredutível. Fizemos o flagrante", afirmou. A lei prevê uma pena de prisão de 1 a 4 anos para esses casos. O gerente de vendas da empresa terá que ficar preso, pois o crime é inafiançável. Por ter diploma de curso superior -Horemann é formado em direito-, ele ficará em uma cela especial no 91º DP (Ceasa). A Roque e Seabra é a quinta grande empresa autuada pelo Decon nas três últimas semanas. As outras quatro eram importadoras de veículos e concessionárias de automóveis. "A repercusão das ações do Decon contra falsos consórcios fez com que outros consumidores procurassem o departamento com novas denúncias", disse o delegado Marco Antônio Cicone, 39, assistente da diretoria do Decon, ao explicar o aumento de prisões de acusados de crimes contra a economia popular. Para acabar de vez com o problema dos consórcios, o Decon decidiu adotar a prisão em flagrante dos envolvidos, sempre que houvesse provas suficientes. Texto Anterior: Blitz multa Harmonia e Paulistano Próximo Texto: Advogado vê arbitrariedade Índice |
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