São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995 |
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Valentino será eleito na Anfavea
FREDERICO VASCONCELOS
"Não existe disposição de esvaziar a gestão de Silvano", diz Miguel Jorge, vice-presidente da Volkswagen. Ele iria votar por procuração, mas decidiu ir pessoalmente apoiar Valentino. As divergências entre as indústrias e a Fiat foram agravadas com a troca de insultos entre Miguel Jorge e o superintendente da Fiat, Pacífico Paoli, na câmara setorial. "Minha briga com Pacífico não tem nada a ver com a Anfavea", diz Miguel Jorge. Mas o incidente estimulou uma articulação de bastidores para impedir a posse de Valentino. Sobrou para Miguel Jorge a suspeita de que liderasse a articulação, o que ele nega categoricamente. Sua posição contra um golpe é confirmada pela Fiat. Se a idéia era esperar que Valentino renunciasse, o subestimaram. A Fiat sempre sustentou que a eleição nunca esteve ameaçada, pois seria supor que os presidentes das montadoras faltariam com a palavra dada. Com isso, relegou uma "quartelada" a escalões inferiores. E abriu espaço para que os presidentes da Volkswagen e da General Motors confirmassem não ter motivos para vetar Valentino. A própria Fiat argumentava que as concorrentes não implodiriam a Anfavea, se poderiam tentar esvaziá-lo no exercício do cargo. Outra dificuldade seria encontrar quem pudesse assumir o cargo. Alguns nomes foram citados pela imprensa, mas ou o cacife era insuficiente ou não estavam autorizados por seus próprios superiores. É sintomático que a Anfavea tenha feito, no início do ano, o pedido de comodato à Fiat de dois Tempra. Cada presidente da entidade usa veículos de sua empresa. Texto Anterior: Montadoras têm melhor fevereiro da história Próximo Texto: Asia anuncia fábrica no país Índice |
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