São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa do Rio tem a maior queda do ano

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As Bolsas despencaram ontem. O índice Bovespa recuou 9,64%, a segunda maior queda do ano. A anterior foi em 10 de janeiro (-9,86%). O indicador da Bolsa paulista já caiu 46% este ano. O índice Senn (Rio) teve a maior queda do ano (-10,4%).
Armando de Toledo, da corretora Magliano, diz que a queda na Bolsa ontem pode ser explicada por resgates expressivos dos fundos de ações e pela "importação" da instabilidade na economia mexicana e argentina.
O volume de negócios da Bolsa paulista aumentou para R$ 341,9 milhões, contra R$ 176 milhões no dia anterior. Do valor de negócios total, o volume de R$ 186,5 milhões foi relativo a operações de "box" (renda fixa tendo como lastro ações).
Os títulos da dívida externa brasileira (C-Bonds) caíram de 36,50 centavos de dólar no dia anterior para 34,00 ontem, segundo o ING Bank. A queda nas cotações dos ADRs (recibos de depósito americano) da Telebrás de 6% ontem reflete também a instabilidade da economia da Argentina e do México.
Nenhuma ação que compõe o índice Bovespa registrou alta ontem.
No mercado cambial, o Banco Central realizou três leilões no flutuante. O primeiro com cotação de R$ 0,90 e os demais com cotações de R$ 0,895. Houve outro leilão no dólar comercial a R$ 0,888.
O presidente do Banco Cacique, Cesário Coimbra Neto, entende que a cotação do câmbio está defasada, considerando-se a inflação que houve desde o início do Plano Real. Para ele, o mercado vai buscar um patamar superior de cotação. Se houvesse a recomposição que havia antes do Plano Real, o dólar estaria hoje em R$ 1,25, diz.
Os adiantamentos de contratos de câmbio para 180 dias devem diminuir, pois ficou mais difícil fazer os cálculos de evolução futura do dólar e comparar com os juros, afirma. Quem fechou o adiantamento de contratos em fevereiro não se deu bem, pois não pegou a recuperação atual do dólar, diz o banqueiro.
Os juros dos Certificados de Depósito Bancário estão em alta, acompanhando a expectativa inflacionária. O mercado já aposta em inflação entre 2,2% e 2,5% para abril e entre 1,8% e 2% para março.
Houve ontem recorde nos negócios totais da Bolsa de Mercadorias & Futuros (R$ 18,27 bilhões). Ocorreu também recorde financeiro nos negócios do mercado futuro de DI (R$ 12,6 bilhões).

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,108%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,13% ao mês, projetando 3,22% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,26% ao mês, projetando 3,31% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,1500%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 34,0% e 57,0% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: 14% a 15% ao ano mais a variação da TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,20% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 60% a 110% brutos ao ano.

No exterior
Prime rate: 9%. Libor: 6,44%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 9,64%, fechando com 23.633 pontos e volume financeiro de R$ 341,96 milhões. Rio: queda de 10,4%, encerrando a 11.497 pontos e movimentando R$ 11,7 milhões.

Bolsas no exterior
Nova York: o índice Dow Jones fechou a 3.979,23 pontos. Londres: o índice Financial Times encerrou a 2.291,80 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.621,31 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,886 (compra) e R$ 0,887 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,840 (compra) e R$ 0,860 (venda). "Black": R$ 0,880 (compra) e R$ 0,900 (venda). "Black" cabo: R$ 0,890 (compra) e R$ 0,895 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,855 (compra) e R$ 0,895 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 0,27%, fechando a R$ 10,92 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,6158. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,3850 marco alemão. Em Tóquio, o dólar fechou cotado a 89,37 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 379,60.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 3,59% e para abril a 3,98% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 23.800 pontos, com queda de 7,39%.

Texto Anterior: Câmara ouvirá Delfim sobre denúncias de vazamento
Próximo Texto: VAIVÉM DAS COMMODITIES
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.