São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995 |
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Cavallo tenta obter recursos externos para salvar bancos
SÔNIA MOSSRI
Empréstimo-ponte é como os banqueiros chamam financiamento de emergência e de curto prazo, com o objetivo de cobrir necessidades imediatas de pagamento. Na tarde de ontem, Cavallo reuniu-se reservadamente com diretores dos principais bancos argentinos (Galicia, Francés, Rio e Roberts) para buscar alternativas que reduzam a fuga de capital. Durante encontro com os 12 secretários do Ministério da Economia na manhã de ontem, o ministro concluiu que existe uma desconfiança generalizada em relação à saúde do sistema bancário. Evasão de investidores estrangeiros, temor de quebra de bancos, aumento da procura por dólares e saque de aplicações financeiras provocaram uma crise de liquidez. Isso quer dizer que os bancos não têm disponibilidade em moeda corrente ou títulos e valores conversíveis rapidamente em dinheiro. O problema de liquidez atingiu bancos de primeira linha. Os juros de operações interbancárias atingiram até 50% ao ano ontem. O presidente Carlos Menem pediu ontem aos argentinos para "não guardar o dinheiro debaixo do colchão". Ele apelou para que os poupadores não retirem os recursos aplicados no sistema financeiro. Menem solicitou que os argentinos continuassem fazendo investimentos em pesos e evitassem consumir desenfreadamente. A crise alcançou o sistema de seguridade social. O Ministério da Economia não está repassando verbas para hospitais e clínicas privadas que atendem 2 milhões de pensionistas e aposentados em todo o país. Hospitais de sete províncias, incluindo a de Buenos Aires, ameaçaram ontem paralisar o atendimento aos pensionistas. Texto Anterior: Greenspan fala e detém queda do dólar Próximo Texto: Câmara ouvirá Delfim sobre denúncias de vazamento Índice |
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