São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Descubra trilhas de mistérios e cachoeiras

RICARDO DOS SANTOS SERRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Na Rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá à Chapada dos Guimarães, a monotonia é quebrada ao se avistarem os gigantescos paredões vermelhos que prenunciam a chegada a um dos mais belos cenários que a natureza criou.
Cercada de mistérios, a Chapada dos Guimarães é uma sequência de cachoeiras emolduradas pelos paredões vermelhos. Entre as grandes e pequenas encontra-se uma beleza exótica, deslumbrante.
A primeira cachoeira de um circuito ascendente é a Salgadeira. Tem esse nome devido a uma espécie de salmoura feita com a água do córrego Coxipó que alimentava o gado em épocas passadas.
Perto foi criado o Complexo Turístico e Social da Salgadeira, com restaurante, camping e estacionamento.
Mas é uma pena que essa iniciativa agiliza o processo de degradação da região. Nos fins-de-semana, centenas de pessoas transformam o local em um perfeito balneário. O acúmulo de lixo é inevitável.
Felizmente, isso não ocorre em todas as cachoeiras. Numa sequência espetacular surgem elas: Sonrisal, Pulo, Sete de Setembro, Independência, Andorinhas e Malucos.
Embora existam enigmas ainda não desvendados a respeito da Chapada dos Guimarães, dizem que o lugar atrai objetos voadores não-identificados.
Outra hipótese também diz respeito à possibilidade de a chapada já ter sido fundo de mar. No cerrado, há faixas extensas de areia fina e branca e em muitos pontos, fósseis e conchas.
Perdidas entre o cerrado há formações rochosas, chamadas de Bigorna, Totens, Águia Petrificada e Cruz de Pedra.
A Chapada oferece ainda muitas trilhas. A 45 km da cidade, está a caverna Aroei Jare (Morada das Almas, para os índios). No caminho uma breve parada no centro geodésico da América do Sul —a 8 km da cidade—, serve como referência do exótico passeio que o visitante irá fazer. São paredões longínquos à esquerda e mata nativa à direita.
Parte-se novamente em direção à estrada que leva a Brasilândia. Na primeira bifurcação, toma-se à direita, sentido fazenda Império. Dez quilômetros adiante surge a entrada da fazenda Nossa Senhora Medianeira. Desse ponto são mais 13 quilômetros até o final da estrada, que se torna de difícil acesso.
A partir daí, o trajeto só é possível a pé. Após atravessar por dois quilômetros uma floresta avista-se o portal da caverna. São 16 m de altura por 75 m de comprimento e 1.200 m de profundidade.
Com 86 metros de altura, a cachoeira Véu de Noiva é a principal atração do local. Uma queda perfeita que despenca de um paredão que irá formar um imenso cânion. Melhor para banhos é a cachoeira da Pedra Furada, a cem metros da entrada para o encontro da Véu de Noiva. Ali palhoças servem galinhada ou peixe na brasa.

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